[Refrão]
A lua, num lençol negro de estrelas
Sobre as nossas cabeças. se deita esperando o sol
Que vem, para lembrar do amanhã bem de manhã
Que vem, para te amar no amanhã bem de manhã
[Verso 1]
Caco de vidro foi navalha na garganta do menor
Na minha garganta deu nó quando o meu grito morreu
Multidão correu, puts, que que aconteceu
Treta de menor de rua, o mais novinho quem resolveu
E o bloco não paro, quem quer ser feliz tem pressa
Tristeza não é conversa em festa de sofredor
Desvia o olhar, demoro, playboy e trabalhador
Dividindo o mesmo espaço, pera lá, não senhor
Me diz aonde tão, cade os pretinho daqui
Meus irmãozinho tão ali ó, perto do isopor
O neguinho, faz favor, uma agua e uma cerveja
Pro cês te o que deseja para nos sobra o labor
De esculpir lagrima exótica, a dor que tem meu samba
Chapeuzinho panamá, na selfie pago de bamba
Vai ficar de perna bamba, quando acaba a paciência
E os menorzinhos da serra se cansa de obediência
[Refrão]
A lua, num lençol negro de estrelas
Sobre as nossas cabeças. se deita esperando o sol
Que vem, para lembrar do amanhã bem de manhã
Que vem, para te amar no amanhã bem de manhã
[Verso 2]
Deus do céu olha como aquela preta dança
Deus perdoa, parece um mulher mas é criança
Deus ajuda, que esse filho mantenha o juízo
Deus ta vendo, o branco ali levando prejuízo
Quando puxo pelo braço e a pretinha grito, não demoro
Juntaram cinco, ai molho azedo
E o sinhô, noto que ali não era mais seu engenho
Saiu moído que os negrinho castigaram com empenho
As vezes tenho mano, mó vontade de chorar
Quando to cercado de preto num lugar que não é nosso lugar
Que aqui é terra de índio, e os índio, cade?
Matar eles foi a melhor forma de esconder
Os olhar triste que se esconde sobe a luz da lua
De ver que em bh eles só são nome de rua
Timbiras, goytacazes, aimorés, tupis
E cês ainda quer que a gente ame esse pais?
[Refrão]
A lua, num lençol negro de estrelas
Sobre as nossas cabeças. se deita esperando o sol
Que vem, para lembrar do amanhã bem de manhã
Que vem, para te amar no amanhã bem de manhã