Permite-me, dá-me apenas mais um segundo
É suficiente, eu prometo, não me iludo
Respiro fundo! Escrevo e afasto-me de tudo
Num sono profundo obtenho a visão deste mundo
É desde miúdo que absorvo o nectar divino
E neste miúdo examinas outro tipo de ensino
Desconfio se esse fio não entra em desvio se o desfio
Ou econtro num arrepio frio o desafio que não amplio
Ou um alívio no plano...
Como uma desculpa plausível para um engano veterano
Pensamentos como elações obtidas por um piano
Sob as teclas da dúvida que tocam no intímo humano
Isto é incerto como a inclusão de um navio numa maré
Sob a corrente que o conduz num depósito de fé
Se tens visão diz-me do que é, soa-me a tanto neste revés
Caso contrário abandona e o homem salta fora do convés
Eu nunca quis ser só mais um
Seguir essa corrente que une somente o que temos em comum
Eu sinto que sou só mais um
Que por excessão à norma teve de ser posto de parte
Eu sou só espuma criada num processo de embate
E como a água o meu desejo é apenas moldar-me
Face à face ondulante influênciada pelo vento
De contorno reflexivo que me clareia o pensamento
Eu entro em boas vibrações a**im que a igualdade desaba
No desnível que me destaca o fluído não me escapa
É um delito constante, tão cedo sei que não acaba
Até lá eu envelheço com búzios alojados na barba
Não há uma próxima etapa se a palavra já não prega
Se um discurso não verga é indiferente se alguém se entrega
Sou a unidade que não se integra, centrada na imensidão
Arrastado pela corrente concorrente à minha disposição