[Verso 1]
Alguém me explica o que eu fazia ao Domingo?
Com os Moto Ratos, o meu show favorito, a pa**ar na Sic
Eu devia estar em casa, mas em casa eu não estive
Estava metido numa igreja, usando um belo vestido
Servindo um Padre, o mesmo Padre que no meu batizado
Mudou o meu nome de Ivo para Marco
E com que liberdade, interfere na minha vida?
“Destapa os olhos Mãe, desliga-te dessa família!”
Tu dizias para eu rezar pelo pão
E agradecer a Deus Pai, a multiplicação
Mas Deus Pais estava no Céu, e em casa havia outro nabo
Que só multiplicou em ti os olhos pisados!
Tomei o Corpo de Cristo, e o Cristo em casa
O filho na igreja, e a mãe a levar porrada
Querias tu tapar-me os olhos
Mas no Bairro tudo vivia na merda
E ninguém estava na igreja!
[Refrão]
Chama por ele a ver se ele vem, aposto contigo
Aposto contigo que ele não vem
E se ele vier diz-lhe que venha falar comigo
Há um tal poder divino que não chove a ninguém!
Com a cegueira da fé, lá se vão os carneiros
Ricos prados imaginam acima do sol
E uns rezam, outros pregam, outros pagam
[Verso 2]
Mama diz-me lá se foi Cristo
O tipo fixe que te ajudou acartar os fardos no campo
Mas diz-me lá se foi a fé
Que te deu a genica para limpar as sanitas do patronato
Mama diz-me lá se foi Cristo
O tipo fixe que te empregou quando a fabrica foi ao charco
Mas diz-me lá se foi Fátima
Aquela estátua imaculada, que te limpou a Lágrima!
[Refrão]
Chama por ele a ver se ele vem, aposto contigo
Aposto contigo que ele não vem
E se ele vier diz-lhe que venha falar comigo
Há um tal poder divino que não chove a ninguém!
Com a cegueira da fé, lá se vão os carneiros
Ricos prados imaginam acima do sol
E uns rezam, outros pregam, outros pagam
[Outro]
Mama, chama por ele…
Não há salvação…
Mama chama por ele, a ver se ele vem…
Eu aposto que não… aposto que não…
Ele não veio para ninguém, não há milagres
Só há fé no que está lá em cima..
Fé no que não existe!