[Intro x5]
À noite, à noite é de noite
[Verso 1]
Eu sinto um cheiro a mar libidinoso e livre
Numa Júlio Dinis central e vazia
Onde cuspa no ar
Enquanto corro despido
Sem que alguém me avalie o penis
Eu sinto que o meu logro misantrópico relaxa
E que a luz da lua numa estrada basta
E eu não morro em contramão
Porque a vaidade automóvel
Tá na garagem
Eu cruzo Almeidas que apagam rastos de consumo
E vejo neles um turno de sacrifício
Solitário sossego e sem distúrbios
Não serão certamente eles os gatunos
Quem rouba dorme porque quer acordar cedo e explêndido
E aproveitar o dia para roubar em pleno
Numa lógica hipócrita de esquema financeiro
Engravatados não desfilam o pedantismo
E aquelas parolas de auditoria com bugigangas
Entulham-se em Valdispert
Descalçam os tacões e não fazem ruído
O silêncio à cidade é merecido
E se indefesos sem abrigo
Fazem do pa**eio um quarto
Respeite-se o seu espaço
E apague-se o seu martírio
Quer-se serena e tranquila
Afastada de uma sociedade diurna e doente
Concentrada na mais vulgar e fugaz das rotinas
[Outro x2]
Apaguem-se ao mundo e acordem cedo
[Outro]
Longe… longe com vocês todos
Histéricos, eufóricos, fuliões, fóbicos, cumpridores de porra nenhuma
Stressados, comuns, capitais, vendidos, desalmados, publicitários, lixeiros
Ajustados, big brothers, magazines, quinquilharia diurna vista do espaço como
Formigas a circular em padrões
Longe…longe com vocês todos