[Intro]
Ei... ouvi dizer que é preciso mandar recado
Vai recado para casa, não fiques colado!
[Verso 1]
Colados ao sorriso
Não há razões mas há monstras para matar o grizo
Tristeza de nada ter é complicado
Para se ter quando é preciso
Procurando encontrar uma paragem para encalhar noutro piso
A linha da vida continua
Mantendo sempre a rua como "decor" do pobre
Pode não ter muita força mas a sua causa é nobre e luta!
Sapato 'tá rasgado mas fode a tola dum filho da puta
Daqueles que cruza a rua alapados num BM
Tem a mulher em casa mas 'tá com os olhos em FM
Nunca deu um corno na vida para ter o que tem
Preferiu rapar os velhos do que vir a ser alguém
Mamar à pala de quem se sacrifica
E a margem da politica esconde
O controlo do panorama para quem pa**a fome
Humilhado até aos dentes, o governo chula o pobre
E são gajos como nós quem socorre
[Refrão]
Enquanto houver miúdos como nós na rua, eu sei
Que quem nada tem
Poderá continuar a lutar como o apoio de quem
Nas ruas nasceu e nas ruas se mantém
[Verso 2]
Mulheres casadas batem couro aos maridos e vão pro club
Maridos casados batem couro às mulheres e vão pro club
Os filhos fodidos batem couro aos pais e atiram-se da ponte
E no meio duma família o horizonte desaparece
E o problema vai começar
Chavalo de tenra idade não sabe onde se enfiar
Internando na casa pia vai rezar de cu pro ar
Católico há muitos nos alcoólicos anônimos a tentar negociar
A escapatória do sanatório pa**ando um cheque em branco
O português que é português aldraba sempre o banco
Anda tudo de crise no bolso e com o telemóvel
E a conta da água, fodias-te! enrola... enrola...
Há confusão, há tanta confusão
E o Salazar deve andar doido às voltas dentro do caixão
Heróis do mar e nobre povo não sei de quê
Ninguém os vê
Aqui ao menos sente quem vê
Cara não mostra coração....
[Refrão x2]
Enquanto houver miúdos como nós na rua, eu sei
Que quem nada tem
Poderá continuar a lutar como o apoio de quem
Nas ruas nasceu e nas ruas se mantém
Recado dado...tasco fechado