Quando o silêncio cai por fim sobre o meu corpo,
E um gesto simples ilumina o universo,
Toda a loucura que acompanha o meu desgosto,
Se faz em nada e desse nada se faz verso
Palavras soltas vão ganhando firmamento,
Ideias loucas se desprendem como vagas,
Toda a revolta que de nós era alimento,
Se faz ausente e eu estou só com as palavras
E os versos crescem pelas longas melodias,
E a dor que farta fica a**im de mim despida,
E nas palavras em que eu canto o novo dia,
Encontro o sal que mata a fome à própria vida
E no momento em que as palavras resgatadas,
P'la minha voz saem do corpo já cansado,
Levanto os olhos e descubro em meu caminho,
Toda esta gente, e em cada um o nosso Fado.