Esse rap foi feito em riba duma carroça
Não fala nada de nada, é o rap da roça
Esse rap foi feito em riba duma carroça
Não fala nada de nada, é o rap da roça
Meu nome é Zé Firmino, sou fio do soldado
Que agarrô à força a doida do sobrado
Cresci sem tomar Toddy, nunca andei de Velotrol
Não bebi moção escoti, num tomei Carcigenol
Cresci no sofrimento, a miséria me cercava
Garrei plantar cebola, ver se as coisas miorava
Mas a seca matô tudo, tentei criá galinha
Os muleque pulô o muro e comeu minhas bichinhas
E nem usaram camisinha...
Prantei a mão num cara que era fio do prefeito
Os polícia me espancaro no avesso e no direito
Tentei prantá mandioca no terreno duma mulata
Ela oiô minhas prantinha e mando ieu prantá batata
Eu pensei É... A vida é um cão de saia
Prantá num é minha praia. Eu vô mudar...
Fui lá pro sertão do Quixadá
Mas esse rap foi feito em riba duma carroça
Não fala nada de nada, é o rap da roça
Esse rap foi feito em riba duma carroça
Não fala nada de nada, é o rap da roça
Fui trabaiá num sitio de um dotô coroné
O sujeito era esquisito e me fazia de muié!
Eu fazia obrigação, era bom dona de casa
Mas a imaginação do sujeito criou asa
Pedia beijo de língua, mas eu num dava...
Mas esse rap foi feito em riba duma carroça
Não fala nada de nada, é o rap da roça
Esse rap foi feito em riba duma carroça
Não fala nada de nada, é o rap da roça
Teve um filme na cidade de um tal de Lampião
Resorvi virar jagunço dos mais ruim desse sertão
Na primera das tocaia, pra mostrar que era mau
Avistei Zé das Lacraia, tasquei-lhe um tiro de sal
O minino caiu morto, durinho no meio da mata
Morreu todo sargadinho porque tinha pressão arta
Troquei a carga da espingarda, usei bala deliça
Veio dona Emengarda com o balaio de lingüiça
Tasquei-lhe um tiro certo na cacunda esquelética
A véia caiu morta porque era diabética
Ah, eu também num tinha bala dietética...