[1º Verso] Éramos 0 + 0 com relações sem sucesso Dois ex-conhecidos ambos de fácil acesso 4 anos de diferença que nunca foram excesso Eu já nem peço um regresso, simplesmente eu já nem peço Voltar à fase do desconhecido Fazer sentir o que nunca tinha sentido Porque eu andava perdido, mas tu deste-me um ouvido Pra eu poder contar a alguém aquilo que tinha de ser dito Juntos entrámos num ciclo circular Mal eu sabia que o ciclo era amar Pra mim era falar horas sem me cansar Imaginar-nos juntos no mesmo lugar Bastou-me sentir que eras transparente Para o cansaço não ser caço às portas de um sentimento E num piscar de olhos pa**ou o tempo Primeiro beijo, 2010 17 de Dezembro Éramos 1 + 1 e só um sem o outro E o amor berrante dentro de nós nunca ficava rouco E aos poucos e poucos subia a adrenalina De namorar um anjo e um diabo em forma de rapariga E quem diria que bateria certo e não restaria Dúvidas do que eu sentia e do amor que ela me trazia Quem saberia que dia-a-dia consumiria mais A dose aumentaria, iguais aqueles que eu mal dizia Perdi a posse, contigo um moço, sem ti um homem Não posso voltar sem ti sem pensar em nós Logo após eu vi o poço, senti a tosse e se era forte Vi a fraqueza que separava o tom da nossa voz éramos cegos e cegamente gastei todo o meu tempo Em algo doente parecido com um sentimento A mim era o desejo, a ti a força do cupido E o íman que juntava só fez força até ficar rompido [2º Verso] Éramos 1 + 2, eu tu e a droga Da moda que concorda que não quer ser o puto que não explora A nova moca que toca à porta de mais um à nora E a vida porca que não se importa de nos pôr fora Das casas, da situação dos bastas de ouvir o "não" Dos pais e da aceitação do que eu meto no meu pulmão Agora só me veio a conclusão de que dar-te a chama prá mão Foi o erro mais crítico da nossa relação Iniciei-te de peito cheio de fumo Droguei-te e dei-te a opção de mudar o mundo Sentei-te e a tua pulsação era de defunto Fui tarde pra te dizer que a droga é cortar os pulsos Agora vejo-te e já nem braços tens Não tens mão na tua vida e já nem dás ordens Preocupo-me quando vejo com quem laços tens E tou preso ao desespero das camuflagens Somos 0 + 2 e hoje nem te reconheço Não há código de barras mas tens de pagar o preço
Usas códigos prás barras ou compras pelo cabeço E dormires com quem fornece só pode ser o começo Não exagero eu só teço a opinião De quem mesmo depois do amor nunca perdeu a preocupação E se a falta do período nos tivesse dado um filho Ia adorar ver-te a mãe da nossa criação Não digo que fosse fácil ter que desistir de mim Pra ter que sonhar com uma casa com pátio e com jardim E ver o pequeno a crescer e a saltar no trampolim Mas desde que fosse contigo e fosse exatamente a**im... Nem me importava, deixava a porta fechada Pra que os sonhos crescessem sem interrupções de nada Mas eu sonho com um álbum, tu com uma moca diferente E eu só me arrependo de ter-te metido dentro [3º Verso] Agora já não somos nada e tu nem contaste Que eu fosse pintar-me de branco pra dar um contraste A cena é que eu nem me pintei, tu é que riscaste Tudo a tinta preta num quadro branco que tu pintaste Eu sei que é "ta**e bem" e eu faço bem Em fazer dois traços bem cruzados na tua face sem Racionalizar em que sentido tem Como é que se explica deixar de conhecer alguém? Não se explica, observas e tiras notas Até a vida mais previsível pode dar muitas voltas E então pega na nota de 10 e enquanto a enrolas Pensa no risco que é mandar um risco dessa droga Riscos, a metáfora perfeita para a tua vida Ao ficar sem guito prá c**a riscaste a família Limites não é contigo e é aí que te limitas Já falei do que riscas vou falar do que arriscas Uma mãe que forte ou não venceu um cancro Pra ver a filha maquilhar-se com pó branco Enquanto a irmã mais nova chora num canto à espera que a mais velha se comporte como tal (como quê?) como mais velha e tudo o que isso acarreta (tipo quê?) dar-te um sermão e não um exemplo de merda Porque a vida é uma faca que se posiciona discreta E quando relaxas e te encostas é quando ela te espeta E foi isso que aconteceu contigo O facto de estares sempre cega fez-te olhar pró teu umbigo Isso e na verdade já não teres nenhum amigo Que à parte de drogas e guito se preocupe contigo Quem fala a**im não é gago, mas traz consequências Agora só vejo o rasto do que já foram presenças és só mais uma cadente numa chuva de estrelas Costumavas estar na linha, agora fazes desaparecê-las...