Oh, oh, oh, ...
Hoje canta a chuva e o trovão,
Canta a vaga agreste, o mar
O menino não pode dormir
Mas tem medo de acordar.
Hoje o pássaro não canta,
Não se vê ninguém na praça.
Hoje o dia nunca vai nascer
Perdeu-se na imensidão.
O menino quer desaparecer
Por baixo do turbilhão.
Hum, hum, ...
Oh, oh, oh, ...
Hoje brilha a luz, a fruta, o Deus,
Dançam mulheres, mil canduras.
O menino só consegue vêr
O fundo dessas figuras.
Vê do tempo a despedida,
Do azul, vê a lonjura.
O menino nunca vai morrer,
Não tem estória, só ficcção.
O seu corpo é um antro de prazer,
Esquecimento em combustão.
Nem amor, nada te cura
Ninguém sabe se a loucura
Terá fundo.
Mas, acorda, acorda e canta
Até que a tua boca
Cante o mundo
Cante o mundo
Cante o mundo
Cante o mundo.