Lá no Xepangara Vai nascer menino Dentro da palhota Tem a seu destino Lá no Xepangara Fica muito bem Deitado na esteira Ao lado da mãe Há-de ter um nome Lá prò fim do ano Se morrer de fome Tapa-se com um pano Se tiver já corpo Rega-se com vinho Se não cair morto Chama-se menino Se tiver umbigo Corta-se à navalha Tira-se uma tripa Faz-se uma mortalha Pretinho de raça Sempre desconfia Se o musungo pa**a Diz muito bom dia Quando for mufana
E já pedir pão Dá-se uma lambada Vem comer à mão Mais uma patada Vai-te embora cão Dá-se-lhe porrada Porque é mandrião Lá prò fim do ano Quando já for moço Guarda-se o tutano Fica pele e osso Quando já for homem Tira-se o retrato Come na cozinha Chama-se mainato Se mudar de vida Vai para o contrato No fundo da mina Fica mais barato Quando já for velho Chama-se tratante Dá-se-lhe aguardente Morre num instante