Eu ainda acredito
Num futuro mais bonito
Que o novo é bem-vindo
E o amor é infinito
Eu ainda acredito
Que nem tudo está perdido
Que o sorriso é sagrado
E aqui é o paraíso
E que tudo estava errado
Sobre o dia do juízo
Eu ainda acredito
No carinho invés do grito
Na doçura dos meninos
Que no fundo todos somos
Eu ainda acredito
Nos heróis adormecidos
Nessa força que revolta
E nos faz ficar erguidos
Cada vez que nos sentimos
Derrotados e punidos
Eu ainda acredito
Que depois da tempestade
Vem sempre a calmaria
E consigo a liberdade
Eu ainda acredito
Em objetos luminosos
Que há vida no universo
Outras luas, outros povos
Eu ainda acredito
Eu ainda acredito
Nas florestas e nos índios
Na bravura das leoas
Na alegria dos golfinhos
Eu ainda acredito
No galope do unicórnio
Acredito em gnomos
E no vôo dos tucanos
E no canto das baleias
Alegrando os oceanos
Eu ainda acredito
Na justiça lá de cima
Na verdade e na vida
Como o som de uma rima
E em tudo que é belo
E em tudo que é nobre
Como as cores do arco-íris
Quando a chuva se descobre
E agradece iluminada
Pelo sol de ouro e cobre
Sei, talvez eu seja visto
Como ingênuo ou demagogo
Inocente ou pervertido
Um hipócrita, um louco
No entanto eu insisto
Nesta chama que consome
Eu ainda acredito
Porque sofro com a fome
Porque ainda sou um homem