Por mais que eu tente dar alento ao meu caminho
Por mais que eu teime em este peito sossegar
Quando anoitece fico só, e então sozinho
A solidão não pára de me atormentar
Fala de mim, das minhas dores, do meu pa**ado
Do que eu não posso apagar dentro de mim
Porque as memórias são a história, são o Fado
Por mais que eu queira não consigo dar-lhe fim
Diz não, não batas mais em mim
Meu coração
Eu sei que a vida me escolheu ao dar-me vida
Que não prescinde do que eu faço, e do que eu sou
E que ao nascer trouxe comigo a fé devida
P'ra me arriscar neste caminho a que me dou
Mas a tristeza de me achar abandonado
Entre o que eu quero ser, e aquilo que não sou
Encontra a paz, quando me escondo num Fado
Onde a minh'alma bem cedo se revelou.