Quem vai ao fado sabe a razão
De eu ter guardado na minha mão
O canto que foi roubado de um coração
O infinito vem á lembrança
Ouvindo o grito onde descansa
A viola que o Paquito deixou de herança
Quanta saudade foi ficando por cantar
Presa á vontade que tenho de te encontrar
E o que foi feito do dia
Se quando a noite caía sobre o meu xaile bordado
Eu pressentia que a saudade me pedia
Para ir á Mouraria aprender o que é o fado
Quem me conhece vai reparar
Que há uma prece no meu olhar
Quanto a saudade se esquece de me abraçar