Letra: Vasco Graça Moura
Música: Carlos da Maia
Fado Original: Fado Perseguição
Era a noite que caía
e na sombra recolhia
o voo das andorinhas
Era a voz que se calava,
era a dor de ver que estava
sem as tuas mãos nas minhas
Eram pa**os que escutei,
que eram teus ainda pensei,
iludiu-me o coração
Foram pela rua escura
longe da minha amargura
e acompanhei-os em vão
Fiquei perto da janela,
pus-me a abri-la com cautela,
fiz disfarce da cortina
Vi então na luz incerta
que a rua estava deserta
e deserta estava a esquina
Era só eu na escuridão,
era no peito um rasgão,
era já no céu a lua,
Que me importa?, à minha porta
a sombra que se recorta
bem pode ainda ser a tua.