[Refrão: Mano Brown] Hoje eu sou ladrão, artigo 157 As cachorras me amam, os playboy se derrete Hoje eu sou ladrão, artigo 157 A polícia bola um plano, sou herói dos pivete [Verso 1: Mano Brown] Uma pá de bico cresce o zóio quando eu chego Zé povinho é foda, ô! Né, não, nêgo? Eu tô de mal com o mundo, terça-feira à tarde Já fumei um ligeiro com os covarde Eu só confio em mim, mais ninguém, 'cê me entende Fala gíria bem, até papagaio aprende Vagabundo a**alta banco usando Gucci e Versace Civil dá o bote usando caminhão da Light Presente de grego, né, cavalo de Troia Nem tudo que brilha é relíquia, nem joia, não Lembra aquela fita, lá? - Ô, fala aí, jão! - O bico veio aí, mó cara de ladrão - Como é que é, rapa? Calor do caraio Licença, aí, deixa eu fumar, pa**a a bola, Romário! - Hum, meio confiado, né? É, eu percebi Pensei, ó, só, que era truta seu, ó o milho E diz que tinha um can*l, que vende isso e aquilo Quem é? Quem tem “m” pra vender? Quero um quilo - Um quilo de quê, jow? 'Cê conhece quem? Sei lá, sei não, hein? Eu sou novo, também) Irmão, quando ele falou um quilo É o deixo, é o milho, a micha caiu Mas onde é que já se viu? Assim, tá de piolhagem Não vai daqui, ali, mó chavão, nesses trajes De óculos escuros, bermuda e chinelo O negão era polícia, irmão, mó castelo [Refrão x2] [Verso 2: Mano Brown] Ne-gô, São Paulo é selva e eu conheço a fauna Muita calma, ladrão, muita calma Eu vejo os ganso descer e as cachorra subir Os dois peida pra ver quem guia o GTI - Mas, também, né, jão? Sem fingir, sem dar pano É boca de favela, ô, vamo e convenhamo Tiazinha trabalha há 30 anos e anda a pé Às vezes cagueta de revolta, né? - Quê? Né nada disso, não, 'cê tá nessa? Revolta com o governo, não comigo, as conversa Traidor, cobra-cega Pensou se a moda pega? Ne-gô, eles te entrega pro Depatri: aí, sujou De bolinho, complô Pode até ser que tem, sei lá Qualquer lugar, vários têm celular Não dá pra acreditar que aconteça Na hora do choque que um de nós troque uma cabeça Por incrível que pareça, pode ser, ó, meu O dia de amanhã quem sabe é Deus Eu não sei, não vi, não sou, morro cadeado Firmão, deixa eu ir, quem não é visto, não é lembrado... [Refrão x2] [Verso 3: Mano Brown, Ice Blue] Família em primeiro lugar, é o que há Juro pra senhora, mãe, que eu vou parar Meu amor é só seu, brilhante num cofre Enquanto eu viver, a senhora nunca mais sofre Tá daquele jeito, se é, é agora É calça de veludo, é bunda de fora Me perdoe, me perdoe, mãe, se eu não tenho mais O olhar que um dia foi te agradar com cartaz Escrito a**im: “12 de maio”, em marrom Um coração azul e branco em papel crepom Seu mundo era bom Pena que, hoje em dia, só encontro No seu álbum de fotografia Juro que vou te provar que não foi em vão Mas cumprir ordem de bacana não dá mais, não - Xiii, jão! Falando sozin'? Essa era da boa, hein? Põe dessa pra mim O barato tá doido e os mano te ligou, ali Mas tem que ser já, sem pensar, 'cê quer ir? A ponta é daqui a pouco, oito horas, oito e pouco Tá tudo no papel, dá pra arrumar uns troco O time tava montado, mas tem um que não pode Mano, é d'outro lado, mas é, é pela ordem Vamo, tá mó mamão, só catar, demorou Ó, só, te pus na fita porque 'cê é merecedor
Não vou te pôr em fita podre, aliado A cena é essa, ó, fica ligado Um mão-branca fica só de migué No bar em frente o dia inteiro, tomando café É nosso, o outro é japonês, o Kazu Que fica ali vendendo um dog e talão zona azul - 'Cê compra o dog dele e fica ali no bolinho Ele tem só um canela-seca no carrinho Se liga a loira, né, então, vai estar lá dentro De onda com os guardinha, pã Nessa aí que eu entro - É dois, tem mais um, foi quem deu, tá ligeiro Na hora, ele vai estar de AK no banheiro Tem uma XT na porta e uma Sahara Pega a contra-mão, vira à esquerda e não para, cara É direto e reto, na mesma, até a praça Que tá tudo em obra, e os carro não pa**a - Do outro lado, tá a Rose, de Golf, na espera Dá as arma e os malote pra ela e já era Depois só (fiiiu!) praia e maconha Comer todas as burguesa em Fernando de Noronha [Interlúdio: Mano Brown, Ice Blue] - Nossa, mano, vou pegar aqueles gadinho, lá, que mora no condomínio, viiish! - Ih... E aquelas mina, lá? - Só gata, feio! - Se elas até gostar de fumar um baseado... - Vou levar elas toda! [Verso 4: Mano Brown, Ice Blue] O dia D chegou Se esse é o lugar, então, aqui estou Quanto mais frio, mais em prol Um amante do dinheiro, pontual como o sol Igual eu, de roupão e capacete No frio, já é quente, ainda usando colete - Já era, eu tô aqui, e onde 'cê tá, jão? Não tô vendo ninguém, e o japonês tá aqui, não - O carrinho não tá, né? Daqui eu ganhei Quanto? O mão nem comeu, também, desde que eu cheguei - Mas por quê logo hoje? Por quê que mudaram? É difícil errar, quem deu a fita errado? Sei, não, tá esquisito, jão, tá sinistro Não é melhor nóis se jogar? Vê direito, hein? E, qualquer coisa, a loira vai ligar, não tem pressa 'Cê é que nem meu irmão, caraio, porra, num dá essa! - Só tem o Zé povinho, e os motoboy Tá gelado? Vamo entrar, vagabundo, é nóis Nossa senhora, o neguinho pa**ou a mil Eu falei, nem ouviu, nem olhou, nem me viu Minha cara é esperar, eu não tiro o zóio Lá dentro, eu não sei, meu estômago dói - Lá vem o truta, vamo! É agora! - Tudo errado, vamo embora, caiu a fita, sujou! - Cadê o neguinho? Demorou! Caraio, bem que eu falei! Todos fuça, mudou Só tinha dois, mas tem três! O neguinho vinha vindo, do quê vinha rindo? O pesadelo do sistema não tem medo da morte Dobrou o joelho e caiu como um homem Na giratória, abraçado com o malote - Eu falei, porra! Eu não te falei?! Não ia dar! Pra mãe dele, quem que vai falar, quando nóis chegar? Um filho pra criar, imagina a notícia - Lamentável, vamo aí, vai chover de polícia [Ponte: choro da mãe] [Verso 5: Mano Brown] A vida é sofrida, mas não vou chorar Viver de quê? Eu vou me humilhar? É tudo uma questão de conhecer o lugar Quanto tem, quanto vem e a minha parte, quanto dá Porque... [Refrão x2] [Outro: encerramento por Mano Brown] Aí, louco, muita fé naquele que tá lá em cima, que ele olha pra todos, e todos têm o mesmo valor. Vem fácil, vai fácil, essa é a lei da natureza, não pode se desesperar E aí, molecadinha, tô de olho em vocês, hein? Não vai pra grupo, não, a cena é triste. Vamos estudar, respeitar o pai e a mãe e viver... Viver! Essa é a cena. Muito amor