[Refrão]
Escrevo demais, escrevo demais
Escrevo demais, só pra te ver meu bem
[Verso 1]
Ei rapaz, quem é da paz, capaz de me explicar o que é paz?
Paz três letras, GOG três letras
Gretas, grotas, gotas, lenço, tocas, tretas, trutas
Frutas estéreis pomar, poluído envenenou
Só quem não provou sabor... salvou
Frango frito, frigideira, alimentou família inteira
Garrafa d'água fria, tá cheia a geladeira
Amanhã tem feira, o que sobrar da feira
Banho de mangueira, manga na mangueira
Rua, minha rua, minha estação primeira
Jazz em mim, jaz em mim, tom Jasmim, Tom Jobim
Subiu dois Tiozin, pó de pirlimpimpim
Sem efeito em mim, sempre acreditei que sim
Seria um ser de paz, de luz, mesmo de capuz
Morando longe do centro, com gato “pa” ter água e luz
Só que a paz me reduz, a um ser desordeiro
Não ter no bolso um conto, ein? Quem é o trapaceiro?
Ei rapaz, quem é da paz, capaz de me explicar o que é paz?
Pois hoje declaro guerra a essa paz da tv, dos jornais
Quer mais? Tem muito mais, privado a ter privada
Defeco na água que bebo, como da carne o sebo
Homem morcego, nunca foi, será herói
“Dus muleque” que guia “as mobilete” lá em Niterói
Que anda com tudo em cima no Nordeste de Amaralina
Saca Véi no Sacavem, pode vim que tem
Gente sim, do bem, em todo lugar tem
Tem ruim também, testa não ninguém
Atrasa lado não, Gueto só quer paz
Paz que nunca chega, desisto dessa paz
Babilônia em coma, abortou sonhos reais
Chegou o caminhão pra arrancar minha paz
Barraco na caçamba, e a família como faz?
[Refrão]
Escrevo demais, escrevo demais
Escrevo demais, só pra te ver meu bem
[Verso 2]
Ei rapaz, quem é da paz, capaz de me explicar o que é paz?
Paz três letras, GOG três letras
Caos normal, totalmente estabelecido
Crente que tá frente a frente com seu inimigo
Bala faz zumbido, Zumbi, Zambi, tô perdido
Me achei, paguei pra mim mesmo recompensa
Globo pensa, Record pensa, fita, pipa pensa
Pa**ou cerol, celeiro paiol, tarde é de sol
Empolgou deu linha, dedo, “vuô” cheio de linha
Pipa “avoada”, cai na casa, cai a casa vaza
Casamento entre a paz e a guerra, mata um
Prende um, premia um, chora um, chora dez
Piaui, Gilbués, Cariri, Pernambués
Meu chão, meus pés, coração, minhas veias
Teias Abertas, alerta para a América Latina
Sintonia fina, sim sinhô eu vou pra cima
Sabendo que é tenso, muito mais que se imagina
Ei rapaz, quem é da paz, capaz de me explicar o que é paz?
Hiroshima, ir a China, Nagazaki, n***a saque
Saca só dá B.O, acaba no corró
Bem pior que tá, melhor não vai ficar
Corro demais, persigo a paz, desde criança
Quem sabe ela cansa, põe um só peso na balança
E senta pra conversar, tenta se explicar
“Sem blá, blá, blá” por que exita sempre em andar do lado de cá?
A todo instante, quase inoperante, tão distante
Branca, branda, longe pa**a, longe da ma**a
Pa**atempo, pa**a tudo, mas a paz não pa**a
Paz que nunca chega, desisto dessa paz
Babilônia em coma, abortou sonhos reais
Policial lança seu hit, desde outros carnavais
Olhos, ai ardem demais, oh o gás!
[Refrão]
Escrevo demais, escrevo demais
Escrevo demais, só pra te ver meu bem!