[Verse 1]
Disse o campônio a sua amada:
-Minha idolatrada diga o que quer?
Por ti vou matar, vou roubar
Embora tristezas me causes mulher
Provar quero eu que te quero
Venero os teus olhos, teu porte, teu ser
Mais diga tua ordem espero
Por ti não importa matar ou morrer
E ela disse ao campônio a brincar:
-Se é verdade tua louca paixão
Partes já e pra mim vai buscar
De tua mãe inteiro o coração
E a correr o campônio partiu
Como um raio na estrada sumiu
E sua amada quão louca ficou
A chorar na estrada tombou
Chega a choupana o campônio
Encontra a mãezinha ajoelhada a rezar
Rasga-lhe o peito o demônio
Tombando a velhinha aos pés do altar
Tira do peito sangrando da velha mãezinha
O pobre coração
E volta a correr proclamando:
-Vitória, vitória tem minha paixão
Mais em meio da estrada caiu
E na queda uma perna partiu
E a distância saltou-lhe da mão
Sobre a terra o pobre coração
Nesse instante uma voz ecoou:
-Magoou-se pobre filho meu
Vem buscar-me filho, aqui estou
Vem buscar-me que ainda sou teu!