uma cimeira pra ver tomar um chá e esquecer não é teu filho que está na boca desse canhão um prémio Nobel pra ti promove a paz e sorri vem amanhã ao meu show e eu vou mostrar-te quem sou ainda pode descer mais os homens querem ver se os homens querem pode descer deus não me quer responder mãe ajuda-me a ver o sentido da luta nós fizemos tudo por tudo contratámos os melhores filhos da puta isso existe isso existe mas nunca acontece e do que só parece o coração desiste isso existe ainda pode descer mais os homens querem ver se os homens querem pode descer mais estive há dez minutos atrás da varanda do meu quinto andar, a observar a cúpula invisível entre o céu e o enorme lego de betão e a sentir-me um inquilino pa**ageiro desta pensão de uma estrela perdida na imensa cidade negra a que damos o nome de universo. curiosamente parece que é o único sítio que temos para pa**ar a longa noite que nos espera. e é aí que eu saio para apanhar a frequência. como que a comer um ponto e a cagar um verso no meu prisma, a encaixar, provavelmente no de outros feito um filósofo de merda. mas a vida é isso mesmo, um monte de gente a fazer de conta que se entende
e ninguém sabe dizer o que viveu. e por isso nos pedem que caminhemos alegres para o precipício, sem questionar, porque estaremos sempre longe. mas longe rapidamente fica perto e perto rapidamente pa**a por nós. eu não quero mandar-te para baixo, mas eu seu que me entendes, tu também tens medo de morrer, toda a gente tem. só que normalmente evocamos nomes de problemas para nos convencermos que estamos ocupados a resolver uma situação importante quando não tem importância nenhuma. entretanto o tapete rola e nós irritamo-nos com a inevitabilidade, e nos nossos sonhos dizemos: -torna-me imortal! torna-me imortal! eu não vou aguentar deixar de existir! e é aí que eu entro para sair da frequência, seduzir-te com os meus sonhos, tu não vês como empreendo? e como eu mais um milhão de sonhadores leva com ele muitos braços de outros, acéfalos, na lotaria dos ideais, descrentes, beijando o número do bilhete. mas quero dizer-te que a viagem é tua, e eu não quero empurrar-te à força para a rua. se eu falhar eu vou pa**ar de deus a carrasco, embalsamado e metido dentro de um frasco, para te lembrares da mentira, mas a verdade é que ganhamos sempre.