Não é só fala de seca
Não tem só seca no sertão
Quase acabava meu mundo
Quando o Orós impanzinô
Se rebenta**e matava
Tudo que a gente plantô
Se não é seca é enchente
Ai, ai, como somo sofredô
Eu só queria saber
O que foi que o Norte fez
Pra vivê nesse pená
Todo nortista é devoto
Não se deita sem rezar
Se não é seca, é enchente, dotô
Que explicação me dá?
Se o sulista se zangá
Dele eu não tiro a razão
Lá vem a mesma cunversa
Ou ajuda teu irmão
É triste um caboclo forte, dotô,
Ter que estender a mão
Não é só falar de seca
Não tem só seca no sertão ...