Vem, minha dor amiga,
Que vez ou outra me visita inconveniente.
Vem, minha dor amiga,
Companheira, insegura e inconsequente.
Vem, minha dor amiga,
Se dependura em meu pescoço
E vamos beber.
Enquanto afia seu machado,
Divide em quatro pedaços meu coração.
Essa carne de magarefe que me valho,
Tempera ela a sal, pimenta e alho
E oferece cada parte que lhe cabe
Aos meus amores canibais.
Vou te tirar de mim
Como quem tira a sujeira do console do carro.
Vou te tirar de mim
Como quem tosse no final de uma inalação.
Vou te tirar de mim
Como quem sobe no telhado e tira a goteira.
Só a**im tua chuva não poderá entrar.
Só se você tiver o poder de se infiltrar.
Você não sabe sambar
Nem quer aprender a sambar.
Você diz que gosta de samba,
Mas não pode aprender.
Você diz que quer samba,
Mas não pode, não se deixa
Aprender a sambar.
De vez em quando você ainda compra disco de samba