Onde meus pés estiverem Aí estará a minha raiz Pra me sustentar Pra me erguer, me lançar Nas asas do vento Da chuva e do sol Quando meu chão se abala E estremece É a minha raiz Sacudindo os galhos Os frutos e os talos Que só a lucidez já me quis E quando o meu ódio é viril E o meu amor é ardente Ou minha calma nervosa Minha lira prudente São as asas da vida Equilibrando os planos E quando minha voz faz questão De te dar meu segredo E o meu coração Revelar meus desejos São os palcos da vida Levantando os panos
Onde a razão me levar Sob o chão estará minha raiz Para me fortalecer Pra me fortificar Romper, perdoar ou calar Se um dia meu sol se esconder É que a noite também vive em mim E a lua virá Pra alternar minhas marés As estrelas guiaram os meus pés E quando o que em mim é sagrado Me torna profano É que o anunciar da vida Me quer mais cigano É que a luz dessa noite Me quer mais clareza Nas veias do mundo eu vou sangue Alimento ou vou coragem As estradas da vida Uma eterna viagem E aí se revela minha natureza