[Verso 1]
O relógio hipnótico na nossa frente
Nos faz executar mais pobres que a civil e a PM
Nos converte nos robôs que aniquilam a própria gente
Pra morte movimentar 7 bilhões anualmente
Nosso ódio mutuo atrás do cão do revolver
Só gera o titulo de nação que mais enterra jovens
Só traz padrão de excelência em necromaquiagem
Reconstrução de rosto perfeita pra ultima homenagem
O termo narco-guerrilha encobre o real motivo
Pra bala no córtex de igual poder aquisitivo
Compactamos o contenção de outra boca num latão
Porque seguimos sem critério instrução do alto escalão
Poder pro nível A enquanto formos doutrinados a iniciar esqueletização no barraco
Ou saímos do transe ou é creme dental na narina
Pra conviver com o odor da própria carnificina
Em breve vamos ter que pedir nova jornada pro Papa
Pra que uma mega missa póstuma seja rezada
Em memória de todas as vítimas fatais
Do sequestro epidêmico de nossas redes neurais
Não abra a caixa de munição de 300 unidades
Pra ser outro carrasco das comunidades
Pense antes de mirar no peito do favelado
Se não é melhor retalhar a cabeça de um deputado
[Refrão (x2)]
Enquanto estamos adormecidos pelo relógio hipnótico
A estupidez do ódio mútuo é comprovada em velórios
Enquanto estamos adormecidos pelo relógio hipnótico Servimos pros insetos necróf*gos uns 30 mil corpos
[Verso 2]
Era pra nós tá separado em sigla e torcida, temendo morador de periferia
Prontos pra deixar a**inatura com pólvora quente no que pronuncia uma gíria diferente
Rival, se eu fizesse apologia você tava fodido
Ia toma saraivada por incitar nossos conflitos
Os matriculados cumprindo 100 de pena
Iam ouvir seu desossamento por telefonema
E aí, doutor, porque cê já tá chorando?
Ainda nem usaram o machado, a festa só tá começando
Quero deletar os 10 indo pro calvário
E voltando 9 sorrindo e rajando pro alto
Mostrar que enquanto fazemos lista dos que vão morrer
O magnata ganha outra concessão de TV
Se nossas armas não fossem pra treta sem sentido
Era golpe de estado contra regime a**a**ino
Em vez de comemorar a vitória de Fidel em Havana
Teríamos nossa revolução Cubana
Pare de acreditar nas mentiras contadas
Jesus não era loiro de pele clara
Seu rival não tá de M16 e bombeta
Tá de Armani num gabinete dizimando com uma caneta
Não desfigure um semelhante com arma branca ou fuzis
Entre na campanha: não faça um rico feliz
[Refrão (x2)]
Enquanto estamos adormecidos pelo relógio hipnótico
A estupidez do ódio mútuo é comprovada em velórios
Enquanto estamos adormecidos pelo relógio hipnótico Servimos pros insetos necróf*gos uns 30 mil corpos
[Verso 3]
As tatoo que premiam quem matou polícia
Disputam com nomes e fisionomias de pessoas falecidas
Boa tarde, quanto custa desenhar esse retrato
Pra homenagear meu irmão que foi trucidado?
Vacilou foi cortar caminho por outro morro
Não deu nem pra negociar a devolução do corpo
Favela tem que ser quilombo, porto salva vida
Não palco da ignorância destrutiva e separatista
Somos o único país com refugiados
Expulsos por tropas do mesmo quadro dramático
Temos que podar o rancor recíproco
Mostrar pras crianças o verdadeiro inimigo
Começamos brigando e filmando no celular
E acabamos estudando o bairro carente que vamos atacar
E acabamos com declarações de mortes presumidas
Das ossadas sem cerimônias de despedida
Tochas humanas adubam lugares de difícil acesso
Onde floresce mais raiva entre vísceras e insetos
Derrubaram meu parceiro, vai ter volta
Vão pra represa com 50 quilos de halteres nas costas
Enquanto aceitarmos do hipnólogo 9 milímetros
Seguimos na logística do autoextermínio
O retorno do ácido em outro refém da violência
É frase "saudades da família" nos lírios de condolência
[Refrão (x2)]
Enquanto estamos adormecidos pelo relógio hipnótico
A estupidez do ódio mútuo é comprovada em velórios
Enquanto estamos adormecidos pelo relógio hipnótico Servimos pros insetos necróf*gos uns 30 mil corpos