[Verso 1]
Nas páginas do nosso caderno de cultura
O pa**eio é pelos corredores de sepulturas
Não tem visita em museu, cinemas, teatros
Só a busca pra achar a quadra que o ente foi enterrado
A tradição é guardar num copo de recordação
O chumbo retirado do fígado na operação
Pra lembrar que não subiu porque apavorou o médico
Se os home cola comigo sedado é cemitério
Na releitura dos altares de sacrifício
Governador só na mídia não aceita pressão do terrorismo
Longe das câmeras suplica pro encarcerado
Pra no mega evento esportivo não cometer atentado
Puxei o véu podre e vi delegados em favela
Oferecendo narcótico apreendido em dez parcela
Vi Kamikase atacando patrimônio público
Porque o estado democrático é artigo de luxo
Porque a política segue gerando transmissão ao vivo
Do gerente com 10 Kg de explosivo no umbigo
Se o cuzão fizer um gesto fora do combinado
É aparelho digestivo destroçado
Esse aqui é meu dossiê montado nas zonas de abandono
Com dados que não aparecem no relatório da ONU
É a minha forma de militar e exigir justiça
Aos três que morrem extra judicialmente por dia
[Refrão x4]
Atmosfera de tensão vai ser agravada no condomínio
Meu dossiê é o carro bomba da favela explodindo
[Verso 2]
Aqui amparo social é gratificação faroeste
Recompensa pro gambé com mais finado no casting
O plano pra sua carreira é alta rápida no sus
Pra chegar no CDP com os ponto soltando pus
O único texto oficial foi feito em área de manancial
São os parágrafos do código penal
Denuncio que os autores da constituição cidadã
Nos faz sacar. 45 pela carga da TAM
Que recebemos penas hediondas em julgamentos
Porque acatamos a proibição das drogas sem questionamento
Num mar de mentiras montam posto pra recolher seu oitão
Pra te manter inofensivo diante da aniquilação
Faminto desarmado não invade condomínio
Não reage à bala contra os grupos de extermínio
As veias de decisões são puleiros de carniceiros
Que roubam diplomas e convidam médicos estrangeiros
Por isso é mantra a dica do especialista no restaurante
Relógio na meia, orelha sem brilhante
Por isso em vez do Danúbio azul o can*l auditivo
Ouve novecentos milésimos a valsa dos tiros
Esse aqui é meu dossiê montado nas zonas de abandono
Com dados que não aparecem no relatório da ONU
É meu manifesto contra quem não investe em favelado
Pra dar no 181 cinco mil por procurado
[Refrão x4]
Atmosfera de tensão vai ser agravada no condomínio
Meu dossiê é o carro bomba da favela explodindo
[Verso 3]
O âncora piada no pânico não é divertido
Ele reclama quando diminui o morticínio
Quer morte mesmo sabendo que o palácio da alvorada
Empurra pro submarino com as toneladas
Sistema quer maternidade, paternidade precoce
Pra adolescente sustentar dependente com corre
Se a criança não planejada não for dispensada
Vira motivo pra fita amarela na cantina a**altada
Nem com exagero chego no estágio surreal
Do antro onde realização é ganhar condicional
Onde seu carro é chipado pelo Denarc
Esperando você os levar nas estufas de canábis
Luto pra que a informação valiosa
Não seja saber onde fica as notas que o doleiro transporta
Queria o milagre da multiplicação de morte encefálica
Pros que oram pra propina maldita ser abençoada
Ouço os estampidos de AK e Famas
São os tiros de largada da corrida da paz
A comemoração da instalação da clã pacificadora
É secretário de segurança fugindo de metralhadora
Esse aqui é meu dossiê montado nas zonas de abandono
Com dados que não aparecem no relatório da ONU
É minha forma de protesto e mobilização
Pra impedir que a Taurus ponha mais arma em circulação
[Refrão x4]
Atmosfera de tensão vai ser agravada no condomínio
Meu dossiê é o carro bomba da favela explodindo