[Verso 1: Douglas]
Se falta comida no prato é sem motivo pra sorrir
Se tem mais um corpo furado de bala na maca da UTI
Se tem mais um irmão algemado dentro da viatura
Ou ensanguentado na porta do banco no fraca**o da fuga
É lamentável Ibope pra reportagem
O choque de alta voltagem te transforma num louco selvagem
Que dá tiro de fuzil na Civil quando aparece
Que manda 4,5,6,7 pro IML
Guerra no trafico, final é sempre trágico
Triste pra família e doloroso no Dia dos Finados
É embaçado recordar em meio a guerra
Os moleques na rua de terra se acabando no pó e na pedra
É foda, o que me choca é saber que no final
Sua vida, minha vida vale menos que um real
Normal pra quem persiste em frente à tela
Assistindo o Big Brother ou o espetáculo de horror no Ratinho
Se é pra sorrir, se é pra chorar
Vem me dizer, vem me ligar
"Rarr", barulho louco de fuzil HK
Estraçalhando a cabeça de um presidiário
Que incendiou o pavilhão na penita do Estado
É lamentável infelizmente a mesma merda
O ódio que vem da miséria tinge de sangue a favela
Eu tô narrando sem piedade
Infelizmente o que muitos não sabem
Realidade Cruel sem maquiagem
[Refrão x2]
Ratatá, quando o tiro do fuzil disparar não adianta chorar nem rezar
Ratá ratá, quando o tiro do fuzil disparar não adianta rezar
[Verso 2: Eduardo]
Não entra pra sonhar com habeas corpus
Uma vez no crime, esquece a chuteira da loto
Hocus pocus da cartola não sai coelho
No fim não tem Tio Patinhas nadando no dinheiro
Eu fiz uma trilha de sangue da mansão até o distrito
Pra ser best-seller com o meu póstumo livro
Só quando um preso esfaquear meu pescoço
Um cineasta vai da o papel da minha vida pra um ator da
Globo
No cemitério clandestino deixei sua arcada, seu bracelete
Ganhei meu pôster com recompensa na parede
É foda ver que pro careca que não sabe ler
É só coletiva na frente do logo do Garra no DP
Arrisco a vida na rodovia, de fuzil russo
Cato a carga, pro boy da Sony receber o seguro
Meu pivete quer tirar do seu RG
Meu nome, não quer ser meu clone
Super homem não deixa o filho pa**a fome
Enceno o psicótico porque o Brasil me fez de brinquedo
Bincou até quebrar, e não tem mais conserto
Sem concerto de terror, sem Mozart nem Chopin
Seu Beethoven vai ser enforcado com a gravata amanhã
Rico deve ter doença psíquica; nem Freud explica
Qual é o tesão de ser fotografado pela polícia científica?
Eduardo sem piedade, falando o que muitos não não sabem
Facção Central sem maquiagem
[Refrão x2]
Ratatatá, quando o tiro do fuzil disparar não adianta chorar nem rezar
Ratá ratá, quando o tiro o fuzil disparar não adianta rezar
[Verso 3: Douglas]
Cena louca, pra lá de trágica
Morte hemorrágica, tiro de automática
Explodindo a ma**a cefálica
Mais um que subiu na neblina
Sei lá se foi dívida ou treta de quadrilha
Então, horripilante efeito bumerangue
Quem mata também morre, volta ao pó, seca o sangue
Socorro? Pra quem? Pra Deus? Maluco agora é tarde
De que adiantou a blindagem pro moleque bem louco de crack
Que espera o boy sai da Cherokee pra enquadrar com a faca
Na porta da agência bancária
Na reação foi várias na cara
É só o sangue espirando no vidro do carro importado
Do cu que na porra do shopping vê a criança pedindo um trocado
Ou da vaca de chofer na saída do restaurante
Com brincos de ouro branco, anéis no dedo de puro diamante
Vão lembrar desesperados que no caixão é só solidão
Não cabem os quilos de jóia nem os dólar nem a mansão
Ladrão, sanguinário na cena do louco arranca a orelha
Sequestro relâmpago na mão aum ponto quarenta
Sem dó, vão rezar, vão tremer, vão chorar
Vão lembrar de Jesus quando o fuzil metralhar
Click cleck cleck, pânico, São Paulo refém do medo
Carnificina, tráfico, a**alto, velório, enterro
Eu tô narrando sem piedade
Infelizmente o que muitos não sabem
Realidade Cruel sem maquiagem
[Refrão 2x]
Ratatata quando o tiro do fuzil
Disparar não adianta chorar nem rezar
Ratata, ratata quando o tiro o fuzil
Disparar não adianta rezar