[Verso 1: Emicida]
Era um cômodo incômodo, sujo como um dragão de Komodo
Úmido. Eu, homem da casa aos seis anos
Mofo no canto todo, TV, engodo, pronto pro lodo
Tímido? Porra! Somos reis, mano
Olhos são elétrodos, sério
Topo, trombo, corvos num cemitério
De sonhos, graças à leis, planos
Troco de jogo, vendo
Roubo, pus a cabeça a prêmio, ingênuo
Colhi sorrisos e falei "Vamos"
É o novo tempo, momento pro novo ao sabor do vento
Me movo pelo solo onde reinamos
Pondo pontos finais na dor como Doril, Anador
Somos a luz do senhor, e pode crer, tamo
Construindo. Suponho? Não
Creio, meto a mão, em meio a escuridão, pronto, acertamos
Nossos sorrisos serenos hoje é o veneno
Pra quem trouxe tanto ódio pra onde deitamos
[Refrão: Rael, Emicida]
Quem costuma vir de onde eu sou
Às vezes não tem motivos pra seguir
(Então levanta e anda
Vai, levanta e anda
Vai, levanta e anda)
Mas eu sei que doí, que o sonho te trás
Coisas que te faz prosseguir
(Vai, levanta e anda
Vai, levanta e anda
Vai, Levanta e anda)
[Ponte: Emicida]
Irmão, você não percebeu que você é o único representante do seu sonho na face da Terra?
Se isso não fizer você correr, chapa
Eu não sei o que vai
[Verso 2: Emicida]
Eu sei (sei), cansa
Quem morre ao fim do mês: Nossa grana ou nossa esperança?
Delírio é
Equilíbrio entre o nosso martírio e nossa fé
Foi foda contar migalhas nos escombros
Lona preta esticada enxada no ombro e nada vim
Nada, enfim, recria
Sozinho, com a alma cheia de mágoa e as panela vazia
Sonho imundo
Só água na geladeira e eu querendo salvar o mundo
No fundo é tipo David Blaine
A mãe a**ume, o pai some
De costume no máximo é um sobrenome
Sou o terror dos clone
Esses boy conhece o Marx, nóis conhece a fome
Então, serra os punho e sorria
E jamais volte pra sua quebrada de mão e mente vazias
[Refrão: Rael, Emicida]
[Outro: Rael]
Somos maior nos basta só sonhar, seguir