[Verso 1: Froid]
Músicas são cartas psicografadas
Humanas são perguntas, todas as exatas são respostas
Nada lhe protege as costas, muito menos facas
Nunca te negaram água
Sempre ofereceram drogas
Quando eu falei da prata eu quis falar pr'um idiota das coisas Que o rap paga
E que a vovó Mafalda compra, toda vez que você chora
Rap é só pra quem aguenta, você só quer se divertir
Então pega sua mesada e compra uma bola
Tem uma pá que sai do gueto, vem ver onde eu to morando
De manhã uma tia preta pa**eia com um bebê branco
D'onde eu vim a tia veio e só ela me dá bom dia
Aqui no prédio eu sou o único de dia
A noite tem o porteiro
Sou artista e a boêmia me faz acordar meio dia
Play: Martinho da Vila, Disritmia
É só uma an*logia à uma letra que se cria
E é menos importante que a caligrafia
Sarcasmo é minha doença, é minha arma contra a tirania
Chama os tiras: toda essa ira, agora é poesia
Lembra que eu dizia, antes de tudo o que eu seria: você ria
Isso não é pra homens fracos, eu num indicaria
Alguns de nós achados e alguns de nós perdidos e a chave do mistério são enigmas em livros
Alguns de nós, as chaves, alguns de nós, vendidos
E a chave do mistério são metáforas em livros
[Verso 2: Djonga]
É desleal a competição
Eu sou o Brown você e o Benny
Seu rap e a arroz com feijão
O meu lasanha com pene
Mas já pa**ei da fase de querer provar o tamanho do meu pênis
Pimentinha na favela num é Dênis, então "seje menes"!
Respeita o pai que o inimigo cai
O inimigo gosta de dar rai
Eu sou Dalai Lama
Fica com a fama, eu quero grana
Mas num é por xana, quero dinheiro
Entrar pra história e quero grana!
Em Guns'n'roses, prefiro as armas às rosas
Linda, o fraco goza e não sabe como tu gozas
É muito hit
Pouco filme pique Hitchco*k
Se eu sou Zagallo
Corte sua orelha como van Gogh
Seja Basquiat
E não Di Caprio
Aprenda a ler lendo bell hooks, não lendo cardápio!
Trafique drogas, roube bancos
Não seja um larápio
E eu queria dizer Da Vinci
Europeus são iguais Leonardo Di Caprio
Eu encontrei hoje à resposta para barbárie
Garotos de Hot Wheels
Só garotas brincam de Barbie
Os garoto quer ser ladrão
Cresce e vira polícia
Nem mudou a profissão
Só o que pedem que você vista!
E eu demorei anos
Pra escrever isso aqui
Mas foi tudo num dia
Que eu escrevi isso aqui
E eu demorei anos pra entender isso aqui
Mas se o Froid rimar primeiro
Você não vai ouvir isso aqui!
Eles tentaram me matar e não foi só uma vez
Vocês tentaram me apagar e eu apaguei vocês
Quiseram me cansar e eu me cansei d'ôces
Não ganharam uma de mim
Freguês, cês são freguês
Meu povo sofre e que o estado caia
Em uma piscina de sangue, quem foge da raia?
Meu povo sangra que o estado caia
O tsunami vem aí, vamos morrer na praia
Alguns de nós matados
Alguns de nós morridos
Policiais safados
Assa**inam meus amigos
Alguns de nós chapados
Alguns de nós perdidos
Muitos de nós calados
Os que falam soam bandidos!