Enfileirados vão tomando suas marcas Estão trilhando um caminho fugitivo Abandonam suas casas e abrigos Suas roupas de um pano remendado Já roídas pelo tempo e pelo riso Se arrastam na frieza desse piso Vão cansados do silêncio sem aviso Arrasados na ausência do ruído Da criança que outro dia havia sido Já perderam a beleza e o sentido Esqueceram a pureza do sorriso E o amigo que um dia havia sido Derrubaram suas caixas e saíram
Os brinquedos tomam vida e se viram Pro destino que é fugir de seu menino Que o rapaz já não se importa mais com nada E por isso vão traçando a nova estrada Perseguindo o incerto desafio Renovados de esperança e atitude Dão adeus ao novo adulto que lhe surge E se perdem na paisagem lá de fora Se a sorte decidir que colabora Logo voltam ao que eram, não demora Numa casa de bonecas vão à forra!