Pinceladas da dor
Fantasmas por toda parte
Um naufrágio num quarto
Sem mobília ou esperança
Queda sem chão
Pernas que passam rasteira
E eu nem viu a banda passar
Velhos novos, nove dias sem norte
Sete noites sem gala
Um elefante na sala de estar
Nó na garganta e nada
Nada pra se vestir
Sem força pra respirar
Sem investir em si. Só!
Vendo o próprio declínio
E o que nos faz levantar?
E a tal volta por cima, cadê?
Tirei o pescoço da forca e fui viver, bem!
Pensando em romances futuros
Promessas e seus furos
Escrevendo memórias, decepções e tiros no escuro
Sonhos de vida se dissolvem
Como nuvens que desaparecem
E se vão
Aquilo que eu mais quero não vem
Preciso de cores ao meu redor
Pra me livrar das dores
E daquilo que me faz pior
Vou mostrar o meu melhor
Desenhar a corda pra sair da fossa
Crescer e ficar bem maior
Do que eu posso ser
Agora em tudo encontro o meu amor mor
Ali na Duque de Caxias
Perto de um prédio amarelo
Do lado tem uma banca
Isso!
Não, não…
Você tem que contornar a Costa Pereira
Passar no Carlos Gomes e virar...