Despertei com esse tempo nuvioso Com um tom cinza rigoroso E o pensamento nublado Me desconstruo num chuvisco anunciado Como o raio que precede o trovão O parlamento deixou meu coração enevoado Clima melancólico Com esse céu poluído E hoje não tem música Só lamento, isolamento e ruído Não escuto som de pássaro Não! Nenhum pio A lei retirou suas asas Quando penso me dá arrepio Aqui não há progresso Escrotos no congresso Ditando normas de um programa devasso Vejo a olho nu uma nebulosa de Andrômеda E um eminente colapso Pеnse nisso e na queda na casa da moeda Lapso temporal Colônia contemporânea Vitória é litoral Submersos na enchente Ponto final O Estado em estado de evaporação Sem que haja precipitação Aguardo uma chuva de meteoro Acompanhado de um efeito sonoro O pensando nublado Evaporo Sentimento frio Preso nas tramas de um conto sombrio
O cronista é um motorista ao volante Inconsequente Carteira comprada, caneta dourada Atropelando cegos, cegando sóbrios Sombreando sonhos e atormentando mentes Assombrando sorrisos Oportunistas agem de má fé Ferem com ferro O mesmo ferro que os ferrará Alimentam o comércio de armas Amam como uma motosserra Cortando cabeças Controlam outras canetas que matam gente Matam matas No peito chove canivete E eu? Caminho só sem sombrinha Nas roupas, sobras da guerra Sob nuvens de urubus Nos bastidores deste conto cabem tantos mundos Eu mal posso contar Com uma lanterna na mão Pouco campo de visão Tentando limpar meu céu E achar a porta de saída daqui Achar a porta de saída O Estado em estado de evaporação Sem que haja precipitação Aguardo uma chuva de meteoro Acompanhado de um efeito sonoro O pensando nublado Evaporo