Olhos comuns focam sempre no primeiro plano Olhos fechados enxergam o belo onde muitos enxergam o profano Uns escutam apenas o estampido da bala que sai pelo cano Enquanto outros escutaram ao fundo o som de um piano Que sustentava o clima de tristeza e alegria Harmonia que traz pro primeiro plano o que não se ouvia Sorriso pra aquele que não sorria Tristeza pra aquele que só ria Passagem de ida pra aquele que morria A volta é cortesia pra quem não sabia Fascinante acesso aos bastidores Sensação de voo Vultos na íris Profusão de cores Mudamos hábitos, nossos pontos de vista E abrem-se novos portais Visão apurada de um mundo fictício Será que estamos dentro ou fora de um hospício? O pedreiro segue com seu artifício Transforma bloco, cimento e ferro em edifício Percepção que vai além da linha do horizonte Entre esse e outro plano o observador faz a ponte
Traz a favela do último plano pro primeiro Iluminando o palhaço no picadeiro Quem era excluído, agora está em destaque Usando conhecimento e rebeldia como contra-ataque Ajuste o foco Dê um close no imperceptível Veja o invisível Seja visível Dividindo o indivisível Partículas aparecem e desaparecem Tudo é possível Tudo é possível O pulso ainda pulsa à passos calmos Fora do alcance dos olhos Meus olhos queimando suas vendas E os Governantes vândalos, dizem vender luz Querem nos vender outra vez E aceitaremos sentados? Temos outros sentidos: música Incensos acesos, não por acaso Só sobrou nós Sozinhos no palco Num filme abstrato, ban*l Com um roteiro confuso e um diretor desfocado Desconstruindo-se Ajuste o foco Dê um close no imperceptível Veja o invisível Seja visível Dividindo o indivisível Partículas aparecem e desaparecem Tudo é possível