No porto de vila velha Vi anabela chegar Olho de chama de vela Cabelo de velejar Pele de fruta cabocla Com a boca de cambucá Seios de agulha de bússola Na trilha do meu olhar Fui ancorando nela Naquela ponta de mar No pano do meu veleiro Veio anabela deitar Vento eriçava o meu pelo
Queimava em mim seu olhar Seu corpo de tempestade Rodou meu corpo no ar Com mãos de rodamoinho Fez o meu barco afundar Eu que pensei que fazia Daquele ventre meu cais Só percebi meu naufrágio Quando era tarde demais Vi anabela partindo Pra não voltar nunca mais