[Refrão]
Enxugando gelo, sua realidade segura por um fiapo de cabelo
Apego pelo tempo, melhor não tê-lo; segurá-lo, não quero, nem há como contê-lo
[Verso 1]
No último capítulo, vimos nosso herói encontrar-se em maus lençóis
No momento crucial em que teve sua piada mensal fatiada, ao realizar a manobra arriscada de manter ao mesmo tempo: comida no prato, iluminação, água pro banho, bom nível de informação e temperamento intacto
A seu favor, ele conta com sua quase total imunidade espiritual, corpo e humor à-prova-de-contas, além de uma dose generosa de honestidade fazendo o diferencial
Contra ele, credores-comedores-de-cabeça, agiotas ultra magnéticos (além de outras aves de rapina menos cotadas) de butuca, em cada esquina
Corte pra outra cena, sem anestesia. A liberdade estendida na sua frente tendo um ataque de epilepsia
Ordem para o povo, progresso pra burguesia
Tele-apatia, nossa ação já se encontra no campo do movimento condicionado
Sorria, você está com o filme queimado
Uma vez mais sua volta será necessária, pra ver se deixa tudo pelo menos no empate (ou zerado)
Sigo na batida, a frequência desse pensamento não pode ser captada com perfeição por um receptor enferrujado pelos padrões do dia-a-dia
[Refrão]
[Verso 2]
Mudanças no eixo terrestre
Esca**ez de água
Peixes com 3 olhos caminham saudáveis pela Bahia de Guanabara
Naquela fase da vida em que a conjunção "tempo-é-dinheiro" é quase como um eclipse
Cidadãos pa**eiam por jardins floridos, tendo como fundo o céu decorado por mísseis (em queda)
Subsídio da vida para o cultivo de poetas
Subsídio da mídia para o cultivo de amebas
Inseminação natural de idéias
Minha mente é como um quilombo moderno: lugares para todos os pensamentos refugiados pela insensatez reinante no planeta terra