Quando eu cantar Quero ficar molhado de suor E por favor não vá pensar Que é só a luz do refletor Será minha alma que sua Sob um sol negro de dor; Outro corpo, a pele nua Carne, músculo e suor Como um cão que uiva pra lua Contra seu dono e feitor; Uma fera-animal ferido No dia do caçador; Humaníssimo gemido Raro e comum como o amor Quando eu cantar
Quero lhe deixar Molhada em bom humor E por favor não vá pensar Que é só a noite ou o calor Quero ver você ser Inteiramente tocada Pelo licor da saliva A língua, o beijo, a palavra Minha voz quer ser um dedo Na tua chaga sagrada Uma frase feita de espinho Espora em teus membros cansados: Sensual como o espírito Ou como o verbo encarnado