Não tranca rua Exú, tô tipo Goku e Ogum
Não vim pra ser Egum, não só mais um algum comum
Um copo com rum pra descer o MC que eu fiz desjejum
Eles podem transgredir que vão ser sempre Medium
Esculpindo minha arte barroca em barro, enquanto
Tua rima é pouca desde a época de broca
Tô trampando de diarista, varrendo MC's pra fora
Piando tipo a jiripoca, fenômeno, pororoca
Meu quórum é o Olimpo como Cronos eu como o que produzo
Eu sumo com teus cromossomos, quem consome eu abduzo
Vou banir esse bando, um tanto que tenta tanger meus provérbios
Agora, na ágora, os adversos sofrem com meus advérbios
Trago o advento, vou me abrir pra vocês, tipo a pandora
Sigo empinando os apêndices de aprendizes igual pandorga
Inúteis como amígdalas, eu extraio esses estranho
Obliterando adversários, observando a ampulheta
Amputando o punho desses zé punheta
Estacionando minha mão em oblíquo na tua cara igual o Vegetta
Sou o marujo que mata o Kraken, cuspo, rujo e não fujo
Falta de ração que pôs à berrar a aberração
À quem, cujo eu sobrepujo sem ser sujo
Tração à atração, te trouxe a prostração
[Refrão]
Carrego o fardo e a farda, vivo com a flora e a fauna
Corrijo o fauno e a fada, entendo o de fora sem a fala
Lapido a lâmina do cutelo oculto em palavras
Delírio que inflama Otelo e o vulto que para as lavras
Estudei a morfologia, "morfei" as rimas mais finas
Te tiro do sono, ou te ponho de novo, Morfeu ou Morfina
[Verso 2: Uthopia]
Masaw é meu cineasta
Grana, poder e respeito igual The LOX
Uma mão no aço-inox, e outra no volante do fox
Manicômio nesse apocalipse, visão maniqueu
O money e eu igual eclipse, inane nesse breu
Derrubando-os em sequências, a vida é um tabuleiro
Botando eles pra cama, tipo o dono de um puteiro
Teço as teias, se eles caem, eu acerto na mosca
Faço mascotes de quem se acha animal, almas foscas
Inerente ao charme, Va**ili pra não ter alarme
Hoje é dia de acabar com as pedras do Barney
Nato igual Tânato, compondo melodias soníferas
Eu e o berro, Riggs e Murtaugh, máquina mortífera
Fiz 3 ligações pra formar a propina
[Verso 4: Uthopia]
Caio na rua igual Danny Glover, em cada frame se vê
Em cada decibel se ouve o que houve
Que bom se fosse um doce ao invés de um coice
Ela tosse e mostra a foice
E hoje à noite, não tem fresta pra tolice
Vi ela na viela, a donzela que tem a tutela do espólio
Entrei seco na vingança, isso é intrínseco no meu portfólio
Saquei o níquel, um projétil atinge o busto
E vultos tomam sustos
Enquanto o robusto fica irreconhecível
Senti o sangue e aglomeração no perímetro
Poderosa como um tanque a ação da 9 milímetros
Que me trouxe a pane em um piscar, ah, dane-se
Sala alvejada por inteira, alvejante em sujeira, Vanish
No leito um jarro com um copo-de-leite
Jorra o líquido rubro, gatilhos astutos
É o fim de um surto, que faz um homem
Entrar em curto, um pulo, e acabou-se tudo
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[Intro: Uthopia]
Criando minhas constelações
Não vou conter minhas ações
Aberto o decreto já puxo um danone, jamais alone
Um salve pro Bruno e o Marrone
Seu guarda eu não sou vagabundo
Só jogo meu jogo igual carteiro Malone
Nem pia, que Uthopia trás a entropia
Entre minhas barras mais densas eu te deixo preso
E pra tuas filosofias calvinistas eu digo: Hum, é mesmo?
Rimas mais afiadas que as 2000 Ginsu
Mais folgado que a samba canção do Arlindo Cruz
Alcalino, igual Alcatraz, neutralizando o ego dos Baiacus
Enfiando a cabeça no teu buraco igual um Avestruz
O livro que eu não abro mais
A rua que eu não ando mais
Em qual esquina que eu vou ver ela
Em qual viela, ou em qual janela
Que dia que vou ter paz
Cacei borboletas que infestavam meu estômago
Me larguei de um imago, e as pragas esmago
Na noite como um morcego nesse amor cego
Com o ego num prego, propagando o que prego
O que te gela? Uma tigela vazia e uma vidinha singela
Ou ver ela viver em meio à mazelas e sequelas
Na minha vila um Villa vira vítima à cada crepúsculo
No jogo de xadrez com a morte, e em guerra com o pêndulo
Sequestrei o olho de Hórus, e agora oro pra ter a visão
Mas entrei em depressão, depois de ver a morte na televisão
Não é tântrico esse coito, somos tratados igual gado
Eu, a sorte e Deus nesse 288, afoito e embriagado
Jogando canha pro santo, que ganha um tanto por mês
Que um porco rico coleciona toda vêz que faz teatro pra vocês
Quem diz que grana não trás êxito, sem hesitar
Não sabe aonde gastar
E eu só pensava em suicídio
Me matava de trabalhar
Grafitei uns versos no muro de Berlim
Enquanto eu jogo eles ficam estagnados, igual Pebolim
Matei um guri aos dezesseis anos, que era
Mais falso que a grana do Lázaro Ramos
Decidi caçar a fera, a megera da Quimera
Vezes minha vida é eufêmera, mas nenhuma fungada é efêmera
Mestre de obras, lidando com parabolas concretas
Entrei nos dezoito com mais esquemas de rimas do que minas
Transmitindo igual parabólicas, deixo mentes com gretas
Fiz mágica a partir de duas manas que são obras primas
Visão Raio-X, raios laser, hoje não é teu dia de lazer
Tu não aguenta o choque, tá igual o Lasier
Se tu vacila eu encarno Va**ili, ou o Morte Branca
Arranco o papo do Willys, que vai ficar só a pelanca
Cês querem ser gangstas igual Ballas, Jimmy Coonan
Tão mais pra 7Belo
Eu tô tipo Morello
Dando gancho nesses Peter Pan
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