[Verso 1: Renan]
Tomei um soco do Sol na cara, meu despertador natural
Lavei o rosto, saí pro quintal
Cansei de telejornal de sangue, carne espirrando
Pensei em fazer uns versos vegetarianos
Falei com Deus, meu nutricionista espiritual
Que disse preu evitar de me alimentar do mal
Mas se a gente é o que come quem não come nada some
Por isso ninguém enxerga essa gente que pa**a fome
Eu fiz meu rap virar cereal cerebral matinal
Pros moleque não morrer de desnutrição mental
Trocar os programa enlatado lotado de conservante
Por um instante, comi brisante
Conservantes, Vim pra impregnar, há! Tipo cheiro de Cheetos
E atravessar gerações, que nem os Beatles
Só vou desistir, abortar minha missão
Quando a educação aqui virar ostentação
[Refrão: Arnaldo Antunes]
Tudo vem do vem tudo vem
Do vento vem tudo vento vem
Do vento vem tudo
(2X)
[Ponte: Renan, Arnaldo Antunes]
Loucura, dieta lembra ditadura
Onde a gente tem que fechar a boca
Ficar na moral
Todo regime radical faz mal
Regime militar, alimentar, Taliban
Drogaria, socorro imediato, CPF na nota
A farmácia é uma biqueira com CNPJ
[Verso 2: Renan]
Igual a mim aqui quantos fi de mãe solteira
Que viu no rap ali um pai pra vida inteira
Já engoli sapo de patrão até umas hora
E por não querer ser robô fui mandado embora
E eu fui embora! Atrás do meu sonho, viver da música
Casei de dar o meu talento pra'quela metalúrgica
Operário padrão dentro de uma fábrica
Quer saber o que eu fazia? Fazia lágrima...
Deixei de ser mecânico da oficina cinzenta
E hoje uso as palavras como ferramenta
Mas nem esquenta, são trinta primavera, primo
Tô firmão de corpo e alma, honrando a missão
Onde os abraços são falsos e o beijo é técnico, dá um saque:
As ruas tem mais câmeras do que o Projac
Cuidado irmão, não vai jogar tudo pro alto
Pra tirarem sua liberdade, isso que é a**alto
[Refrão]