[Verso 1: Rappin' Hood]
Esta é uma história que acontece todos os dias
Nas favela, morros e periferias
Trabalhador que morre com uma bala perdida
É mais um pai de família que perdeu sua vida
Menina nova por dinheiro se prostituindo
Quer vida fácil, é, vai se iludindo
Enquanto isso o playboy vive na boa
Viaja pro exterior, gasta dinheiro á toa
O povo sorrindo, achando tudo lindo
Escravidão de sol a sol, domingo à domingo
Salário mínimo, sem reclamação
Não quer criar problema, nem irritar o patrão
Mundo cão, um dia terá de mudar
Jesus irá voltar, pra revolucionar
Que é pra mandar todos os problemas que um dia eu vi
É, numa cidade muito longe daqui
[Refrão: Alindo Cruz (Rappin' Hood)]
Numa cidade muito longe
Muito longe daqui
Que tem favelas que parecem
As favelas daqui
E tem problemas que parecem
Os problemas daqui
(É os problemas daqui)
[Verso 2: Arlindo Cruz]
Existem homens maus, sem alma e sem coração
Existem homens da lei com determinação
Mais o momento é de caos porque a população
Na brincadeira sinistra de polícia e ladrão
Não sabe ao certo quem é, se é herói ou vilão
Não sabe ao certo quem vai, quem vem na contramão
(a vida é o certo no lugar errado)
Não sabe ao certo quem é, se é herói ou vilão
Não sabe ao certo quem vai, quem vem na contramão
[Verso 3: Arlindo Cruz]
Porque tem homem mal
Que vira homem bom
Porque tem homem mal
Que vira homem bom
Quando ele banca o remédio
Quando ele compra o feijão
Quando ele tira pra dá
Quando ele dá proteção
Porque tem homem da lei
Que vira homem mal
Porque tem homem da lei
Que vira homem mal
Quando ele vem pra atirar
Quando ele caga no pau
Quando ele tem que salvar
E sai matando geral
[Ponte: Rappin' Hood]
Tanto lá como cá, ladrão que rouba ladrão
Não tem acerto, é pedir terror, não tem perdão
Quem fala muito é X-9
Mas o X do problema tá na corrupção
Vai vendo
Um dia, o bicho pegou, o coro comeu
E aí meu compadre, foi á vera
Daquele jeito vagabundo
[Verso 4: Arlindo Cruz]
Bateu de frente
Um bandido e um
Sub-tenente lá do batalhão
Foi tiro de lá e de cá
Balas perdidas no ar
Até que o silêncio gritou
Dois corpos no chão, que azar
Feridos na mesma ambulância
E na dor de matar
Mesmo mantendo a distância
Não deu pra calar
[Ponte: Rappin' Hood e Arlindo Cruz]
Polícia e bandido trocaram farpas
Farpas que mais pareciam balas
E o bandido falou a**im
[Verso 5: Arlindo Cruz]
Você levou foi por dinheiro meu
Agora tá querendo me prender
E eu te avisei você não se escondeu
Deu no que deu, e a gente tá aqui
Pedindo a Deus pro corpo resistir
Será que ele tá afim de ouvir?
Você tem tanta bazuca, pistola, fusível, granada
Me diz pra que tu tem tanta munição?
[Verso 6: Rappin' Hood]
É que além de você
Nóis ainda enfrenta
Um outro comando, outra facção
Que só tem alemão sanguinário
Um bando de otário
Marrento, querendo mandar
Por isso eu to bolado a**im
[Verso 7: Arlindo Cruz (Rappin' Hood)]
Eu também to bolado sim
É que o judiciário tá todo comprado
E o legislativo tá financiado
Pobre coitado que joga seu voto no lixo
Não sei se por raiva ou só por capricho
Coloca a culpa de tudo nos homem do camburão
(Eles colocam a culpa de tudo na população)
[Verso 8: Arlindo Cruz e Rappin' Hood]
E se eu morrer põe outro em meu lugar
E se eu morrer vão me condecorar
E se eu morrer será que vão lembrar?
E se eu morrer será que vão chorar?
E se eu morrer... (3X)
[Verso 9: Arlindo Cruz]
Chego excesso de julgado subtraído
Subnutrido, um subandido de um submundo
Um subtenente de um Sublugar
Um subpaís, um subinfeliz
[Verso 10: Rappin' Hood]
E o meu povo tá morrendo
Moleques chegam se envolvendo
Menina nova engravidando
E o bicho tá pegando
[Arlindo Cruz e Rappin' Hood]
Laialaialaialaialaialaialaiala
[Verso 11: Arlindo Cruz]
Mais essa história
Eu volto a repetir
Aconteceu numa cidade
Muito longe daqui
Numa cidade muito longe
Muito longe daqui
Que tem favelas que parecem
As favelas daqui
E tem problemas que parecem
Os problemas daqui, daqui, daqui...