Uma flor não te dá nome
Não há jardim que te cresça
Vou saciar minha fome
Quando em ti meu olhar desça
Um silêncio que te chama
E os olhos num longo traço
Fecham-se á luz que derrama
Sobre a cama que eu desfaço
Um livro espera tristonho
Entreaberto, a meu lado
Preso entre o sono e o sonho
Nem aberto, nem fechado
Não há caminho que tome
Não há voz que em mim conheça
Que chegue p'ra te dar nome
Não há flor que te pareça