[Em produção]
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[Verso 1: Uthopia]
Tudo aconteceu tão rápido que eu acho que
Cronos virou Santo Antônio nesse meio tempo
Como um desavisado que leva um choque
Eu já tinha virado madeira, pensei que tava isento
Agora até o dia mais nublado, eu ainda vejo luz
Cheiros no pescoço, pondo fim em jejuns
Com a inocência de um filhote, curioso igual a ciência
Com experiência de um velhote, à ti me despus
Botão por botão, descobri a malícia e o teu corpo
Me senti James Cook, navegando em seus fluídos
Quero ancorar meu barco no teu cais, no teu porto
Te presentear com iguarias, expurgar o que está contido
Te apresentar aos cosmos, sem tirar os pés do solo
Levar-te aos picos de cada galáxia, planeta
Na bijuteria de Saturno, o mais caro anel é teu
Viajo longe, eu sei, quis te elogiar com a caneta
Amenizar tuas dores e mágoas, pôr compressas
Em tuas lesões, afastar os demônios que te coagem
Nosso encontro é recente, mas eu não tô com pressa
Pedi ao cineasta que nosso filme fosse um longa metragem
Foi uma gota d'água pro meu florescer
Uma foda matinal pro meu amanhecer
Foi chuva fresca sobre o mormaço à tarde
Eu via o filme dublado antes de te conhecer
Ofereço a ti um brinde, te estendo a mão
A fuga de surtos e crises, a cura de cicatrizes
Aridez pras tuas lágrimas, um ambiente de descanso
Me deixe repousar no teu seio, acariciar tuas raízes
Me perder na imensidão do teu âmago
Caçar as borboletas do teu estômago
Quero esquentar o teu frio, saber lidar com o teu cio
Tuas curvas decoro e devoro
[Outro: Alex Full]
A surpresa foi o que tu presumiu?