(Refrão)(x2)
Não ouço o que me falam
Quando falo, não me ouvem
Sinceramente não me ralo ao ouvir tanto "Faz-te homem!"
Se eu calo, não te rias
Eu falo o que não sabias
A vida são dois dias e eu nasci anteontem
Sinto-me mais velho, não dou conselhos
E os que tenho recebido são do espelho
Que me ensinou a falar, a rimar, a respirar
Esta ordem tem um critério (A sério)
A sério que tento estudar para entender o que escrevo
Mas fico-me pelo tentar
Queria sorte, mas não me atrevo
Sou forte quando não devo
A colorir a lista negra, que do escuro tenho eu medo
Tenham ao menos pena dos que se sentem amenos
Que eu sinto-me a mais com os tais que cospem fogo para nos aquecermos
Somos gunas com os cabelos rapados
A nadar na fortuna, nada afortunados
Filhos da cultura hipócrita, da glória própria
Que nos faz esconder no carapuço dos casacos
Boa sorte se queres ser forte e descolar do asfalto
Que eu tenho manos de escadote para poder voar mais alto
Manos que têm a lata de escrever nas ruas
Desnudar a mentira com a verdade crua
As paredes não têm ouvidos embutidos
Têm a boca de quem nelas atua (A tua)
Têm olhos mas são cegas, não farejam quem pa**a
Pessoas com a casa às costas, deixam outras em casa
É espontâneo como um crânio a ser criado como devido
Evito um cérebro de areia para não ter um telhado de vidro
(Refrão)(x2)