Amigo vivo, não pise jamais nesse chão Você não sabe o que o espera Você não sabe não Você não sabe de nada No fim dessa estrada Meu pai me falou um dia O fim da vida inicia Quem parte não volta mais No fim dessa estrada Há um porto com sangue no chão Há um rio, onde navio algum quer navegar No cais deserto, abandonado Um corpo espera deitado A negra barca aportar Na pedra fria do porto Pousa a mala do morto Desbotada de esperar Fim de tarde, o morto espera a saudade Um grito agudo, um movimento Anunciando o momento Da negra barca aportar Ruídos de remos n'água O morto esquece a mágoa Levanta a mala no ar Noite escura O vento sopra amargura Que existe além do horizonte Chega a Barca de Caronte Chamando o morto ao pó