[Verso 1: Rômulo Boca] Gosto de ver de forma lúdica Pessoas nas chuvas Resguardo do guarda chuva Que se tocam e flutuam Como barcos na maré inchada Presos a própria liberdade de fachada Outra alçada, outra calçada Pra regar meu sonhos tortos Pelas feridas se curam e sobre a vida são mortos E esse outro eu no espelho me olhando calado Falando comigo ao cubo telepaticamente acanhado Radiante a noite chega, quando chega a city brilha Sorridente como filha Raspa o céu com seu concreto Plano incerto, fel do feto Mesmo a**im é tão bonito tudo A natureza vê desequilíbrio ou equilíbrio, mudo Mude sua janela e sua luneta, muita treta Pensar nisso num segundo E em segundos vê que sonhei tudo isso acordado E acordado não estou, pois estou hipnotizado [Refrão] Estou hipnotizado há tempos, os dias estão ocupados Os poetas chorosos e os profetas andam calados E eu estou hipnotizado há tempos, os dias estão nublados Os poetas chorosos e os profetas observam calados [Verso 2: Wendel WNL] Jesus é um outro Deus é todo mundo fingindo ao mesmo tempo! Até os podres e sórdidos, cheios de entulhos Têm seu orgulho! Dão-me embrulhos No estômago, esse primeiro de julho Esse combate de velhos! Eles que vençam! Eles que conquistem o asilo! Vou ao meu exílio! E não pedirei auxílio - E não importará! Essa é a doença: A diferença entre eu e ninguém é nada! Mas nenhuma lagrima cairá, meu camarada! Como a notícia do meu amigo num carcere! Ele poderia estar do lado de fora, mas parece Que não entendeu que a vida é uma metáfora! A vida disse: crime! Ele apertou o gatilho! A vida disse: amor! Deu a mulher um filho! Mas eu fiz silêncio, e de birra uma poesia... Nem procurei em bosques mulher que fazia Carinho! ''Já disse que sou sozinho!'' Lembra? Nem gosto que me toquem - me desmembra Pedaços da alma! Tenho calma para não morrer de pressa Posso morrer depressa. De depressão não posso morrer! Isso seria horrivelmente algo ridículo! Nadar os mares dos sonhos e morrer num cubículo Em cima de uma cama, enfermo de nada!? Me deram de graça a culpa, de graça devo dar As desgraças que me encerram lá No âmago das minhas neuroses! Virem-se! Decifrem suas vozes! Como em uma peça! Ou morram com uma cirrose nas suas cabeças! [Refrão] [Verso 3: Lucas Felix] Vendo Antígona pa**ar, perguntei para Andorinha Se no verão de Pasárgada toda aquela dor havia Amigo do rei, amante do poder Pelo prazer, deita lua, noite boa pra foder Ascende agora o homem terra, homem pássaro, foguete Explica enquanto sobe que tipo de mundo é esse Vem ter conosco nessa valsa, todo movimento é mecânico Sob a pele organelas e suor de um orgasmo orgânico Aviso os pássaros que o céu tá bom Só é permitido o canto pra quem tem dom E não dó! Ao pó! Só! Tó! Essa trombeta e finge que vive, o menor Ao nascer do sol o maior será, e Sol será E permanecerá! Com essa lata na mão cê me pergunta do que eu tô falando É de vida, é de morte, é de ‘'estar'' do ‘'estando'' Entre estar em Marte ou ser um Mártir Eu apenas faço arte antes de partir Antes de partir Antes de partir E você, o que tem feito enquanto está aqui?