Solidão É um bicho com muitas caras De intenções tão claras Diz que tem sete cabeças Cada qual, literalmente Quer comer a gente Ele pode estar de branco Como penas de avestruz Tratos, carrascos sem capuz Muitas vezes é guerreiro Com seu arco atira farpas Ao som de harpas, de sombra e luz Solidão É um vírus traiçoeiro Que entra sorrateiro Dentro de você Faz que faz Fingindo que é a paz Se diverte quando há flor E explicar no amor Pode estar num pesadêlo Que agasalha o sonho blue Ou no Maracanã, em dia de Fla-Flu É a erva mais daninha Vagabunda mais vulgar Dá em qualquer lugar Afundo então... Solidão Solidão...