Eu não sei Vez por outra eu não sei porquê Olho pra vida a**im Como alguém que a**iste a um filme repetido Sou capaz Até de antecipar finais Desde o começo sei Decifrar catástrofes e festas Sombra e luz Vão sem pressa compondo azuis Toda tarde, cada manhã Artimanhas em círculos Tal e qual Vida parte seu mel, seu mal Dor e graça, irmãs rivais Mundos ermos e íntimos Mas pra mim Esse sentimento é a**im Indefinido humor Agridoce mescla enfado e nostalgia Pode ser Que eu me engane, eu não vou dizer Que surpresas não possam Saltar das mangas longas do destino Como o vão Que há de abismo entre o fruto e o grão E um ao outro se guardam em si Num espaço tão mínimo Espiral Ciclo imperfeito, sem final Duelo de espelhos a inventar Seu espaço infinito Viajar Ir bem longe, aonde quer que eu vá Quase não leva além Toda estrada traz de volta à mesma esquina Ah, meu bem Não me leve a mal, isso é sem Qualquer malícia, sim Vez por outra fico a**im meio cansado