[Intro] – Pera aí, que é isso, que é isso. Olha só que zé ruela ali. Aí, ow, ow, chega aí – Eu? – Tu é brasileiro, malandro? – Sou – Tem certeza? – Of course – Então por que é que tá com essa camisa aí, cara? – É porque eu gosto, eu gosto muito dos Estados Unidos. Eu adoro hot dog, rock'n'roll, rap – Ah, tu gosta de rap? – Rap? Oh yeah – Que bom, então escuto esse negócio aqui. Presta atenção, mané [Verso 1] Quando eu vejo um filho da pátria com a camisa dos Estados Unidos Eu fico puto, eu fico louco, eu fico logo mordido Porque se fosse um americano eu já não ia gostar Mas o pior é brasileiro quando cisma de usar Uma jaqueta ou uma camiseta com aquela estampa Daquela porra de bandeira azul, vermelha e branca Eu não suporto ver aquilo no peito de um brasileiro Me dá vontade de manchar tudo de vermelho Vermelho sangue, do sangue do otário Que não soube escolher a roupinha certa no armário E saiu de casa crente que tava abafando Eu vô tentar me segurar mas eu não tô mais aguentando [Refrão] Quando eu vejo um filho da pátria com a camisa dos Estados Unidos (cores dos States com as estrelas e as listras) Quando eu vejo um filho da pátria com a camisa dos Estados Unidos (não somos patriotas nem nacionalistas) Quando eu vejo um filho da pátria com a camisa dos Estados Unidos (como Tio Sam sempre quis) Quando eu vejo um filho da pátria com a camisa dos Estados Unidos (amigo vai nessa que tu tá é fudido) [Interlúdio] – Ué, você não gosta de americano, não? – Não é isso, pô. Por mim não devia nem existir fronteira, mas já que existe, então vamo usar a nossa bandeira – Então, mete bronca [Verso 2] E ele saiu de casa crente que tava abafando Eu fico puto, eu fico triste, eu fico quase chorando De pena de raiva, de tristeza, de vergonha Quando eu vejo esses babacas, esses panacas, esses pamonhas Que têm coragem de ir pra rua com boné ou camiseta Com as cores da bandeira mais nojenta do planeta! Tem azul com estrelinha Tem branquinho e tem vermelho O filho da pátria é burro cego ou a casa dele não tem espelho? Eu acho que é burro mesmo, coitado Sem rumo sem governo totalmente alienado Bitolado do tipo que acredita no enlatado Que pa**ou no Supercine desse sábado pa**ado Eu tento me controlar conto até dez respiro fundo Ô filho da pátria é a**im que cê pensa que vai chegar no Primeiro Mundo? Vestindo essa bandeira de outro povo Vestindo essa roupa escrota de submisso baba-ovo Que vergonha que vexame que tragédia que fiasco: O enforcado desfilando com a bandeira do carrasco! Condenado, parece que merece a morte Me enraivece um colonizado usar a bandeira da metrópole! E não espere eles invadirem a Amazônia Pra saber que não pa**amos de uma mísera colônia Em pleno século vinte e um, beirando o ano dois mil Por essas e outras devemos usar a bandeira do Brasil E lutar por um país fudido no quadro internacional Tira a camisa dos Estados Unidos seu débil mental! [Refrão] Quando eu vejo um filho da pátria com a camisa dos Estados Unidos (cores dos States com as estrelas e as listras) Quando eu vejo um filho da pátria com a camisa dos Estados Unidos (não somos patriotas nem nacionalistas) Quando eu vejo um filho da pátria com a camisa dos Estados Unidos (como Tio Sam sempre quis) Quando eu vejo um filho da pátria com a camisa dos Estados Unidos (amigo vai nessa que tu tá é fudido) [Interlúdio] – E aí, tá gostando, mané? – Ué, tô meio indeciso – Para evitar qualquer tipo de mal entendido, eu chamei um amigo meu americano aqui para falar sobre isso: [Verso 3] I'm an American and I'm proud of my flag But Gabriel is my friend and I understand what he said You gotta have personality keep your own nationality Look at yourself, try to live your reality And maybe we will all have just one nation some day But now use your own flag let me be USA Each one has his own country but life is way above We ain't't talking about hate, it's all about love [Interlúdio] – E agora, entendeu? – Oh, não entendi não, mas achei muito bonito em inglês. Estados Unidos é perfeito, é perfeito, eu adoro (Não seja um imbecil, meu irmão) [Verso 4] Amigo cê tá perdido enganado iludido Já devia ter sabido o que são os Estados Unidos Um país infeliz, o mais hipócrita da terra Malucos suicidas e imbecis que adoram guerra Misturados num lugar cheio de farsa e preconceito Me diz porque essa merda de bandeira no seu peito? O quê que cê quer dizer quando veste uma camisa exaltando as belas cores dos opressores que te pisam? O quê que cê quer pa**ar pra pessoa que olhar pro seu peito e num entender de que lado você tá? Mas não precisa responder, cê tá do lado de baixo Você é uma fêmea no cio e o Tio Sam é o seu macho Você é o capacho dos norte-americanos Por isso ainda acho que existe algum engano Porque eu não me rebaixo a pa**ear vestido Com a roupa do inimigo: os Estados Unidos [Outro] – Aí, o Gabriel, Gabriel, eu até que gostei dessa música aí, mas eu acho que você tá exagerando aí, é ofensa. Chamar de inimigo? – Não, ofendendo eu não tô, não, cumpadi. É uma metáfora, maneira de dizer – Não, tá sim. Tá sim. É preconceito seu, hein, olha aí. É preconceito isso – Eu já falei que não tenho preconceito nenhum. Se tu não entendeu, então f** you, co*ks**er, motherf**er – Hein? – Strip this f**ing T-shirt in your a** – Como é que é? Pera aí. Pera aí, Gabriel. Pera aí. O que que ele disse? Que que ele disse? Que que ele disse, brô? Que que ele disse? – Ele disse pra você tirar essa camisa ridícula, imbecil