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Na última s**ta-feira, dia 18 de marca, tivemos o lançamento do aguardado álbum do Rashid. Desde o lançamento da mixtape Confundindo os Sábios em 2013, o MC tem prometido o álbum. Durante estes quase 3 anos tivemos alguns projetos paralelos, músicas avulsas e participações de qualidade, mas era o álbum que todos os fãs esperavam. Em pouco tempo de lançamento, já temos alguns momentos memoráveis nas faixas e nas páginas do Genius, então nada mais justo do que estrear junto com Michel a nova série “5 Momentos Genius”. I. Mas desde que o samba é samba é a**im Vidas secas, igual a batida do tamborim Logo na faixa de abertura, “Cê Já Teve Um Sonho?”, já temos uma ideia do que o álbum nos promete. Em uma produção de Julio Mossil recheada de jazz, Rashid rima sobre suas composições e sonhos, mostrando sua proposta para o álbum. Estas linhas destacadas já mostram muito da influência em suas composições. O samba aparece tanto nas letras quanto nas produções em diversos momento, como é o caso da faixa que sucede a abertura – “DNA”. Além disso, há uma referência ao romance de Graciliano Ramos, ou seja, há muita cultura popular, literária e sobre a própria cultura hip-hop no álbum. E não se engane, as punchlines espertas, cheias de trocadilhos, seguem por todo o álbum como uma característica marcante na escrita do MC. II. Denso, pra marcar uma geração, tipo Doom O duplo sentido não é uma surpresa no rap e logo no início da segunda faixa, “DNA”, já temos uma demonstração de peso desta figura de linguagem. “Doom”, o jogo de vídeo-game, marcou os anos 90, época da infância do Rashid. Ao mesmo tempo, “Doom”, o rapper MF DOOM, marcou na mesma época o rap underground americano, influenciando gerações na cultura hip-hop. Fique atento aos detalhes. III. Pra roubar a cena igual a Ellen Oléria fez no The Voice Rashid não foi apenas buscar inspiração na fonte, ao longo do álbum existem várias menções a artistas e situações atuais. Boa parte destas linhas envolvem acontecimentos que mostram o preconceito da sociedade ou exalta a valorização da cultura negra, como é este caso em "Futuro/No Meio do Caminho" onde usa a conquista da cantora Ellen Oléria ao seu favor, ela venceu a primeira edição do reality show “The Voice”. IV. Eu to por nós, pelas verde A sós nesse inverno Quero que tudo mais vá pro inferno Trazer o Mano Brown para uma participação é perigoso, sabemos da habilidade lírica do veterano. Rashid sem dúvida é o protagonista do seu álbum, suas letras são muito boas e a sequência mostra um caminho que reflete também nas produções, mas por um momento o show é do Brown, mesmo que Michel tenha se mantido firme na faixa. Em “Ruaterapia”, que conta um pouco sobre a mentalidade das ruas, Brown fala sobre a credibilidade e respeito, o lado solitário delas. V. Eu mal conhecia a história da minha gente Hoje conheço até o Spike Lee, pessoalmente Quase fechando o álbum, Rashid nos relembra brevemente das suas conquistas. “Reis e Rainhas”, além de exaltar a história e origem dos negros fazendo uma comparativo com situações do dia-a-dia que o MC observa, revela também um momento único por ele vivido: conhecer um ícone do cinema mundial e ativista dos direitos negros. Sem dúvida deve ter sido uma honra, afinal, quem que não gostaria de conhecer Spike Lee pessoalmente? E aí, já conferiu o álbum do Rashid? E as letras no Genius? Não perde tempo não, tem muitos outros momentos Genius, alguns inclusive anotados pelo próprio Rashid.