Lai lai lai lai lai ... Todos! Lai lai lai lai lai ... Lisboa não me diz nada Pois eu sou de Sacavém Não tenho uma vida lixada Nem saudades de ninguém (Ah tigre!) Não gosto da Madragoa Não ponho os pés em Alfama Beber, p'ra mim, só leitinho E às onze, já estou na cama (É fadista!) Povo que lavas no rio Não talhes nada p'ra mim Limita-te a lavar roupa Quero ser cremado no fim Cheio de penas me deito Mas é porque o colchão está furado As penas saem e é p'ra fora Tirando isso, durmo descansado (Vale...) Todos! Lai lai lai lai lai ... Não é lá grande coisa Esta voz que Deus me deu Calhando vai-se a ver e é Derivado de eu ser ateu (É isso mesmo!) O destino não existe Tudo são meras coincidências Não posso ser fatalista Eu sou um homem das ciências (Já não é tão bem observado, mas avança...) Tenho um cavalo ruço Que se chama Gingão Uma vez matou um toiro Com um coice à campeão (Eu tava lá e vi!) Má sorte ter boa vida Nunca fui ao an*lista Com esta alegria toda Não consigo ser fadista