Gap - Poesia-me lyrics

Published

0 161 0

Gap - Poesia-me lyrics

A minha vida é um teatro e eu sou uma personagem Principal nesta história que ainda é uma curta metragem 18 velas na bagagem, não pedi para crescer Neste berço de madeira que me viu adormecer Sou guião incompleto ou uma caneta sem tinta 4 folhas, 4 riscos, não chego até aos 30 E se não riscas, arrisca, a mente não evolui Penso naquilo que sou e não naquilo que não fui Lembro a infância de um puto sem raízes Nesta terra que observa e que trata as cicatrizes Mas bem lá no fundo meto dois dedos na ferida Dizem que a vida é puta, então não fode é fodida Escrevo em mim, argumento mas não atenua O som do batimento, deixo a poesia nua E essas linhas contam tanto daquilo que vi Aqui as estrias são tão belas, escrevo prosa em ti Fui sentindo cada verso nesta vida controversa Um momento a sós contigo bastou para meter conversa E sem pressa desabafo com os lábios no papel Sinto o teu beijo e toda a fricção na pele Agora leio o teu corpo ao natural Já traduzi muita chuva em 1000 palácios de cristal Figurante sem enredo nesta peça teatral Entre fios, marioneta que hoje é ator principal Refrão: Eu paguei tanto e nunca te pedi troco Fiz da poesia verbo e ainda achaste pouco Eu 'poesio-te'e tu esquecias-me Faz poesia comigo então 'poesia-me' Falo de mim, fui destinado a ser nada Estou à espera do troco nesta história mal contada E troca só mais uma rima, um dia vou envelhecer Ao lado da poesia, conto as rugas com prazer Obrigado a crescer com falta de capital Tenho esta corda ao pescoço, foi cordão umbilical Morro em Gaia desde cedo, vim para dar o laço Vi numa margem vizinha pormenor do meu fraca**o Pormenor do belo traço numa face mal-tratada Dizem que a vida é dura com a cabeça na almofada Dormem numa cama errada sempre feita pela mãe E o costume de ser novo não me fez lembrar ninguém Aprendi a dar pa**os mesmo não tendo um exemplo E fui um puto exemplar que hoje pa**ou com o tempo Agradeço no fundo quando conto mais um conto Às horas que não me deste, ponto Educado por um dedo habituado ao gatilho Fui mimado pelo frio de quem nunca foi bom filho De quem não esteve presente quando mais contei comigo E hoje em dia sou um homem porque a noite era um castigo Quis ser Eugénio para não ser Eça Pessoa Deixei uma folha em branco dividi Porto e Lisboa Poesia-me eu prometo, nunca vou desistir Porque a vida é poesia quando não te faz sorrir