Gabriel O Pensador - Pátria Que Me Pariu lyrics

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Gabriel O Pensador - Pátria Que Me Pariu lyrics

[Verso 1: Gabriel, O Pensador] Uma prostituta chamada Brasil se esqueceu de tomar a pílula, e a barriga cresceu Um bebê não estava nos planos dessa pobre meretriz de dezessete anos Um aborto era uma fortuna e ela sem dinheiro Teve que tentar fazer um aborto caseiro Tomou remédio, tomou cachaça, tomou purgante Mas a gravidez era cada vez mais flagrante Aquele filho era pior que uma lombriga E ela pediu prum mendigo esmurrar sua barriga E a cada chute que levava o moleque revidava lá de dentro Aprendeu a ser um feto violento Um feto forte, escapou da morte Não se sabe se foi muito azar ou muita sorte Mas nove meses depois foi encontrado, com fome e com frio Abandonado num terreno baldio [Refrão x4: Gabriel, O Pensador] Pátria que me pariu Quem foi a pátria que me pariu? [Verso 2: Gabriel, O Pensador] A criança é a cara dos pais mas não tem pai nem mãe Então qual é a cara da criança? A cara do perdão ou da vingança? Será a cara do desespero ou da esperança Num futuro melhor, um emprego, um lar? Sinal vermelho, não dá tempo pra sonhar Vendendo bala, chiclete (Num fecha o vidro que eu num sou pivete Eu não vou virar ladrão se você me der um leite e pão Um vídeo game e uma televisão Uma chuteira e uma camisa do Mengão Pra eu jogar na seleção, que nem o Ronaldinho Vou pra copa, vou pra Europa) Coitadinho! Acorda moleque! Cê num tem futuro! Seu time não tem nada a perder E o jogo é duro! Você não tem defesa, então ataca! Pra não sair de maca Chega de bancar o babaca! (Eu não aguento mais dar murro em ponta de faca E tudo o que eu tenho é uma faca na mão Agora eu quero o queijo, cadê Tô cansado de apanhar, tá na hora de bater) [Refrão x4: Gabriel, O Pensador] [Verso 3: Gabriel, O Pensador] Mostra tua cara, moleque! Devia tá na escola Mas tá cheirando cola, fumando um beck Vendendo brizola e crack Nunca joga bola mais tá sempre no ataque Pistola na mão, moleque sangue bom É melhor correr, que lá vem o camburão É matar ou morrer! São quatro contra um! (Eu me rendo!) Bum! Clá! Clá! Bum! Bum! Bum! Boi, boi, boi da cara preta, pega essa criança com um tiro de escopeta Calibre doze na cara do Brasil Idade: catorze Estado civil: morto Demorou, mas a sua pátria mãe gentil conseguiu realizar o aborto [Refrão: Gabriel, O Pensador]