[Verso 1: Gabriel, o Pensador] Não adianta olhar pro céu Com muita fé e pouca luta Levanta, aí, que você tem muito protesto pra fazer e muita greve Você pode, você deve, pode crer Não adianta olhar pro chão Virar a cara pra não ver Se liga, aí, que te botaram numa cruz E só porque Jesus sofreu não quer dizer que você tenha que sofrer Até quando você vai ficar usando rédea? Rindo da própria tragédia? Até quando você vai ficar usando rédea? Pobre, rico, ou cla**e média Até quando você vai levar cascudo mudo? Muda, muda essa postura Até quando você vai ficando mudo? Muda, que o medo é um modo de fazer censura [Refrão x2: Gabriel, o Pensador] Até quando você vai levando? (Porrada! Porrada!) Até quando vai ficar sem fazer nada? Até quando você vai levando? (Porrada! Porrada!) Até quando vai ser saco de pancada? [Verso 2: Gabriel, o Pensador] Você tenta ser feliz, não vê que é deprimente Seu filho, sem escola, seu velho tá sem dente 'Cê tenta ser contente e não vê que é revoltante Você tá sem emprego e a sua filha tá gestante Você se faz de surdo, não vê que é absurdo Você que é inocente, foi preso em flagrante É tudo flagrante! É tudo flagrante! [Refrão x2] [Ponte: Gabriel, o Pensador] A polícia matou o estudante Falou que era bandido, chamou de traficante A justiça prendeu o pé-rapado, soltou o deputado E absolveu os PMs de Vigário [Refrão x2] [Verso 3: Gabriel, o Pensador] A polícia só existe pra manter você na lei: Lei do silêncio, lei do mais fraco Ou aceita ser um saco de pancada, ou vai pro saco A programação existe pra manter você na frente: Na frente da TV, que é pra te entreter Que é pra você não ver que o programado é você Acordo, não tenho trabalho, procuro trabalho, quero trabalhar O cara me pede o diploma, não tenho diploma, não pude estudar E querem que eu seja educado Que eu ande arrumado, que eu saiba falar Aquilo que o mundo me pede não é o que o mundo me dá Consigo um emprego, começa o emprego, me mato de tanto ralar Acordo bem cedo, não tenho sossego, nem tempo pra raciocinar Não peço arrego, mas onde que eu chego Se eu fico no mesmo lugar? Brinquedo que o filho me pede, não tenho dinheiro pra dar [Ponte 2: Gabriel, o Pensador] Escola, esmola Favela, cadeia Sem terra, enterra Sem renda, se renda! Não! Não! [Refrão x2] [Verso 4: Gabriel, o Pensador] Muda, que quando a gente muda, o mundo muda com a gente A gente muda o mundo na mudança da mente E, quando a mente muda, a gente anda pra frente E, quando a gente manda, ninguém manda na gente Na mudança de atitude, não há mal que não se mude Nem doença sem cura Na mudança de postura, a gente fica mais seguro Na mudança do presente, a gente molda o futuro Até quando você vai ficar levando porrada Até quando vai ficar sem fazer nada? Até quando você vai ficar de saco de pancada? Até quando você vai levando?!