A cri... (cough) A cri... (cough) A criminalidade toma conta da cidade A sociedade põe a culpa nas autoridades O cacique oficial viajou pro Pantan*l Porque aqui a violência tá demais, e lá encontrou um velho índio que usava um fio dental e fumava um Cachimbo da Paz O presidente deu um tapa no cachimbo e na hora de voltar pra capital ficou com preguiça Trocou seu palitó pelo fio dental e nomeou o velho índio pra Ministro da Justiça E o novo ministro, chegando na cidade, achou aquela tribo violenta demais Viu que todo cara-pálida vivia atrás das grades e chamou a TV e os jornais, e disse: "índio chegou, trazendo novidade, índio trouxe Cachimbo da Paz" Maresia, sente a mare... sia, maresia... wooo, hooo... Maresia, sente a mare... sia, maresia... wooo, hooo... Apaga a fumaça do revólver, da pistola Manda a fumaça do cachimbo pra cachola Acende, puxa, prende, pa**a índio quer cachimbo, índio quer fazer fumaça Todo mundo experimenta o cachimbo da floresta Dizem que é do bom, dizem que não presta Querem proibir, querem liberar E a polêmica chegou até o congresso, Tudo isso deve ser pra evitar a concorrência Porque não é Hollywood mas é o sucesso O Cachimbo da Paz deixou o povo mais tranquilo Mas o fumo acabou porque só tinha oitenta quilos E o povo aplaudiu quando o índio partiu pra selva e prometeu voltar com uma tonelada Só que quando ele voltou "Sujou"!!! A Polícia Federal preparou uma cilada -"O Cachimbo da Paz foi proibido. Entra na caçamba vagabundo! Vamo pra DP! Ê, ê, ê! Índio tá fudido porque lá o pau vai comer!" Maresia, sente a maresia, maresia... wooo, hooo... Maresia, sente a maresia, maresia... wooo, hooo... Apaga a fumaça do revólver, da pistola Manda a fumaça do cachimbo pra cachola Acende, puxa, prende, pa**a índio quer cachimbo, índio quer fazer fumaça Na delegacia só tinha viciado e delinquente Cada um com um vício, um caso diferente Um cachaceiro esfaqueou o dono do bar porque ele não vendia pinga fiado E um senhor bebeu uísque demais, acordou com um travesti e a**a**inou o coitado Um viciado no jogo apostou a mulher, perdeu a aposta e ela foi sequestrada Era tanta ocorrência, tanta violência, que o índio não tava entendendo nada; Ele viu que o delegado fumava um charuto fedorento e acendeu um "Da Paz" pra relaxar Mas quando foi dar um tapinha, levou um tapão violento e um chute naquele lugar Foi mandado pro presídio e no caminho a**istiu um acidente provocado por excesso de cerveja: Uma jovem que bebeu demais atropelou um padre e os noivos na porta da igreja E pro índio nada mais faz sentido Com tantas drogas porque só o seu cachimbo é proibido? Maresia, sente a maresia, maresia... wooo, hooo... Maresia, sente a maresia, maresia... wooo, hooo... Apaga a fumaça do revólver, da pistola Manda a fumaça do cachimbo pra cachola Acende, puxa, prende, pa**a índio quer cachimbo, índio quer fazer fumaça Na penitenciária o "índio fora da lei" conheceu os criminosos de verdade Entrando, saindo e voltando cada vez mais perigosos pra sociedade Aí, cumpade, tá rolando um sorteio na prisão Pra reduzir a superlotação todo mês alguns presos tem que ser executados E o índio dessa vez foi um dos sorteados e tentou acalmar os outros presos: "Peraí, vamo fumá um Cachimbinho da Paz"... Eles começaram a rir e espancaram o velho índio até não poder mais E antes de morrer ele pensou: "Essa tribo é atrasada demais. Eles querem acabar com a violência, Mas a paz é contra lei e a lei é contra paz" E o cachimbo do índio continua proibido Mas se você quer comprar é mais fácil que pão Hoje em dia ele é vendido pelos mesmos bandidos que mataram o velho índio na prisão.